Ribeirão Preto, Sábado, 16 de Janeiro de 2010

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Dengue faz Ribeirão "cercar" ambulatório privado

Secretaria da Saúde reforça a vigilância na rede privada para aumentar "sensibilidade" dos médicos para notificar casos da doença

VERIDIANA RIBEIRO
DA FOLHA RIBEIRÃO

Para evitar que pessoas morram por dengue em Ribeirão Preto, a Secretaria da Saúde reforçou a vigilância em ambulatórios da rede privada com o objetivo de aumentar a sensibilidade dos médicos para notificar casos da doença.
Até ontem, o município tinha 105 casos de dengue no ano, a segunda pior situação da década para o mês. O janeiro mais crítico foi o de 2006, quando Ribeirão teve 292 casos e encerrou o ano com 5.997 pessoas infectadas, a pior epidemia em dez anos. Segundo Maria Luiza Santa Maria, diretora do Departamento de Vigilância em Saúde da secretaria, o "cerco" aos ambulatórios privados, onde geralmente são atendidos pacientes em estado menos grave, visa aumentar o diagnóstico precoce da dengue.
A doença é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, que põe ovos em locais onde há acúmulo de água limpa e parada. Seus sintomas, como febre, dores no corpo e de cabeça, são semelhantes aos de outras doenças, como a gripe.
"Às vezes, o paciente pensa que não tem nada grave e, quando ele procura a unidade de saúde, já é tarde", disse.
O trabalho de orientação dos médicos da rede privada foi feito na semana passada nos ambulatórios da Unimed e do Hospital São Francisco, onde foi atendida duas vezes Maria Auxiliadora Alves, 51, que morreu de dengue hemorrágica na UBDS do Castelo Branco no dia 3. A UBDS é da prefeitura.
Neste mês, a Vigilância deve estender o trabalho de orientação aos ambulatórios dos hospitais privados São Lucas, Ribeirânia e Santa Lydia.
Para Roberto Nakao, coordenador do ambulatório da Unimed 24h, os médicos estão acostumados a diagnosticar dengue porque a cidade já teve seis epidemias na década. Segundo ele, há 15 dias o ambulatório quase não era procurado e, agora, o número de suspeitos chega a dez por dia.
Já o São Francisco disse que mantém contato constante com o órgão e está "absolutamente preparado para atender possíveis casos de dengue". Sobre a morte, disse que "a paciente apresentava-se em bom estado geral, conforme avaliação médica e de enfermagem", recebeu medicação e foi orientada a voltar em caso de piora.


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