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Dengue faz Ribeirão "cercar" ambulatório privado
Secretaria da Saúde reforça a vigilância na rede privada para aumentar "sensibilidade" dos médicos para notificar casos da doença
VERIDIANA RIBEIRO
DA FOLHA RIBEIRÃO
Para evitar que pessoas morram por dengue em Ribeirão
Preto, a Secretaria da Saúde reforçou a vigilância em ambulatórios da rede privada com o
objetivo de aumentar a sensibilidade dos médicos para notificar casos da doença.
Até ontem, o município tinha
105 casos de dengue no ano, a
segunda pior situação da década para o mês. O janeiro mais
crítico foi o de 2006, quando
Ribeirão teve 292 casos e encerrou o ano com 5.997 pessoas
infectadas, a pior epidemia em
dez anos. Segundo Maria Luiza
Santa Maria, diretora do Departamento de Vigilância em
Saúde da secretaria, o "cerco"
aos ambulatórios privados, onde geralmente são atendidos
pacientes em estado menos
grave, visa aumentar o diagnóstico precoce da dengue.
A doença é transmitida pelo
mosquito Aedes aegypti, que
põe ovos em locais onde há
acúmulo de água limpa e parada. Seus sintomas, como febre,
dores no corpo e de cabeça, são
semelhantes aos de outras
doenças, como a gripe.
"Às vezes, o paciente pensa
que não tem nada grave e,
quando ele procura a unidade
de saúde, já é tarde", disse.
O trabalho de orientação dos
médicos da rede privada foi feito na semana passada nos ambulatórios da Unimed e do
Hospital São Francisco, onde
foi atendida duas vezes Maria
Auxiliadora Alves, 51, que morreu de dengue hemorrágica na
UBDS do Castelo Branco no
dia 3. A UBDS é da prefeitura.
Neste mês, a Vigilância deve
estender o trabalho de orientação aos ambulatórios dos hospitais privados São Lucas, Ribeirânia e Santa Lydia.
Para Roberto Nakao, coordenador do ambulatório da Unimed 24h, os médicos estão
acostumados a diagnosticar
dengue porque a cidade já teve
seis epidemias na década. Segundo ele, há 15 dias o ambulatório quase não era procurado
e, agora, o número de suspeitos
chega a dez por dia.
Já o São Francisco disse que
mantém contato constante
com o órgão e está "absolutamente preparado para atender
possíveis casos de dengue". Sobre a morte, disse que "a paciente apresentava-se em bom
estado geral, conforme avaliação médica e de enfermagem",
recebeu medicação e foi orientada a voltar em caso de piora.
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