Ribeirão Preto, Domingo, 16 de Janeiro de 2011

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Com orçamento recorde, HC prevê dobrar investimento

Embora volume tenha crescido, para superintendente valor é insuficiente

Um dos gargalos do hospital, CTI tem 87 vagas e precisa pelo menos dobrar o número de leitos disponíveis

LIGIA SOTRATTI
DE RIBEIRÃO PRETO

O HC (Hospital das Clínicas) de Ribeirão Preto terá orçamento recorde e prevê investir em 2011 o dobro do volume gasto no ano passado.
O repasse inicial previsto para 2011 pelo Estado é de R$ 314,9 milhões, o que representa uma alta de 9,91% em relação aos R$ 286,5 milhões projetados para 2010.
O montante deve ser aplicado, além do custeio da unidade hospitalar, na ampliação do CTI (Centro de Terapia Intensiva), um dos gargalos na instituição.
Para investimentos, a verba prevista dobrou: serão R$ 10 milhões, ante os R$ 5 milhões de 2010, segundo o superintendente do HC, Milton Laprega, que deve deixar o cargo neste mês, após oito anos à frente do principal hospital num raio de 200 km.
"São questões que envolvem investimentos altos. Precisamos, pelo menos, dobrar o número de leitos de CTI e também ter leitos para o pós-operatório. Mas cabe ao novo gestor analisar essas questões e definir prioridades."
O novo superintendente será escolhido entre Marcos Felipe Silva de Sá, ex-superintendente do HC de 1995 a 2002, José Sebastião dos Santos, ex-secretário da Saúde de Ribeirão, e Sandro Scarpelini, diretor-executivo da Faepa (fundação do HC).
Hoje, o hospital tem 87 vagas de CTI, incluindo a Unidade de Emergência.
Outro investimento, segundo Laprega, deve ser a compra de equipamentos e a substituição de antigos. Ele estima que metade dos R$ 10 milhões tenha esse fim. Embora o valor tenha dobrado, os recursos para investimentos são insuficientes, afirma.
"A necessidade é sempre muito maior porque o hospital, especialmente o nosso, é muito caro. São equipamentos complexos, que têm de ser substituídos ou adquiridos, além de novos exames que não existiam e passam a ser feitos aqui", disse.

GASTOS
Paralelamente à alta da receita, cresce também o gasto com a manutenção.
No ano passado, as despesas do hospital chegaram a R$ 100,8 milhões, cerca de R$ 10 milhões a mais do que em 2009, quando foram gastos R$ 90,6 milhões. Para este ano, a dotação inicial é de R$ 107,8 milhões.
"A cada ano, o Estado tem atualizado os valores em um percentual acima da inflação. Dessa forma, estamos conseguindo recuperar o orçamento do hospital, que ficou, por muito tempo, defasado", afirmou Laprega.
Outro fator que influencia a alta das despesas, para ele, é o aumento gradativo de atendimentos.
De 2005 para 2009, o número saltou de 588.022 para 617.190 -ainda não há o fechamento de 2010.


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