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Sobe 38% total de acidentes de trabalho em Ribeirão
Nos hospitais do SUS foram atendidos 474 casos no 1º semestre deste ano
Nos outros DRS da região, houve queda de casos: em Araraquara, passou de 94 para 13 (-86%) e, em Franca, de 58 para 14
LUCAS REIS
DA FOLHA RIBEIRÃO
Os acidentes de trabalho tiveram um aumento de 38,8%
na região de Ribeirão Preto no
primeiro primeiro semestre
deste ano em relação ao mesmo
período do ano passado. Os números são do Ministério da
Saúde, que só leva em consideração as internações e atendimentos nos hospitais do SUS
(Sistema Único de Saúde).
Até o final de junho deste
ano, 474 pessoas foram atendidas após sofrerem acidentes no
local de trabalho, a serviço da
empresa ou no trajeto. No mesmo período do ano passado, foram 339 os atendimentos registrados. O ministério considera
acidente de trabalho aquele
ocorrido no local de trabalho
ou quando o funcionários está
fora, mas a serviço da empresa.
Nos outros DRS (Departamentos Regionais de Saúde) da
região, houve queda nos casos
no mesmo período. Em Araraquara, caiu de 94 para 13 acidentes (-86,1%). Em Franca, de
58 para 14 (-75,8%) e em Barretos, de 2 para 1 (-50%).
"Resolver a questão dos acidentes de trabalho é difícil, mas
podemos minimizá-los. Tanto
o Ministério do Trabalho quanto as indústrias têm feito ações
para diminuir ao máximo o risco de acidentes", disse o gerente regional do Ministério do
Trabalho e Emprego, Paulo
Cristino da Silva.
De acordo com ele, são dois
os setores que mais provocam
acidentes: indústria e construção civil. "São áreas onde os riscos são maiores, pois há máquinas grandes e perigosas. Na
construção civil, os riscos de
acidentes são grandes por vários motivos", disse.
Segundo José Batista Ferreira, diretor do SindusCon (Sindicato da Indústria da Construção Civil), reuniões mensais e
treinamentos tentam baixar o
índice de acidentes em canteiros de obra de Ribeirão. "Há
uma preocupação grande de
treinar e capacitar os profissionais. Nós acreditamos que,
quanto maior a qualificação
dos profissionais da construção
civil, menores são os riscos de
acidentes", disse.
Para Fabiano Guimarães, diretor do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) de Ribeirão, a indústria, historicamente, é uma das principais responsáveis por acidentes
de trabalho. "Pela natureza do
trabalho, os equipamentos são
mais perigosos. É preciso ter
muita habilidade para um manuseio seguro", disse.
Segundo ele, nos últimos
anos a Ciesp e as indústrias redobraram os investimentos para evitar os acidentes. "Uma
das provas é que o próprio trabalhador está mais consciente
e passou a ser um instrumento
de reclamação e denúncia nos
sindicatos", disse.
O último Anuário Estatístico
de Acidentes do Trabalho, do
Ministério da Previdência Social, mostra que houve um aumento de 45% nas mortes por
acidentes na região entre 2006
e 2007 -ainda não há dados fechados do ano passado. Segundo o levantamento, que leva em
consideração todos os acidentes e não apenas os atendidos
em hospitais do SUS, o total de
mortes passou de 55 para 80
nas 89 cidades da região.
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