Ribeirão Preto, Domingo, 16 de Agosto de 2009

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Sobe 38% total de acidentes de trabalho em Ribeirão

Nos hospitais do SUS foram atendidos 474 casos no 1º semestre deste ano

Nos outros DRS da região, houve queda de casos: em Araraquara, passou de 94 para 13 (-86%) e, em Franca, de 58 para 14

LUCAS REIS
DA FOLHA RIBEIRÃO

Os acidentes de trabalho tiveram um aumento de 38,8% na região de Ribeirão Preto no primeiro primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. Os números são do Ministério da Saúde, que só leva em consideração as internações e atendimentos nos hospitais do SUS (Sistema Único de Saúde).
Até o final de junho deste ano, 474 pessoas foram atendidas após sofrerem acidentes no local de trabalho, a serviço da empresa ou no trajeto. No mesmo período do ano passado, foram 339 os atendimentos registrados. O ministério considera acidente de trabalho aquele ocorrido no local de trabalho ou quando o funcionários está fora, mas a serviço da empresa.
Nos outros DRS (Departamentos Regionais de Saúde) da região, houve queda nos casos no mesmo período. Em Araraquara, caiu de 94 para 13 acidentes (-86,1%). Em Franca, de 58 para 14 (-75,8%) e em Barretos, de 2 para 1 (-50%).
"Resolver a questão dos acidentes de trabalho é difícil, mas podemos minimizá-los. Tanto o Ministério do Trabalho quanto as indústrias têm feito ações para diminuir ao máximo o risco de acidentes", disse o gerente regional do Ministério do Trabalho e Emprego, Paulo Cristino da Silva.
De acordo com ele, são dois os setores que mais provocam acidentes: indústria e construção civil. "São áreas onde os riscos são maiores, pois há máquinas grandes e perigosas. Na construção civil, os riscos de acidentes são grandes por vários motivos", disse.
Segundo José Batista Ferreira, diretor do SindusCon (Sindicato da Indústria da Construção Civil), reuniões mensais e treinamentos tentam baixar o índice de acidentes em canteiros de obra de Ribeirão. "Há uma preocupação grande de treinar e capacitar os profissionais. Nós acreditamos que, quanto maior a qualificação dos profissionais da construção civil, menores são os riscos de acidentes", disse.
Para Fabiano Guimarães, diretor do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) de Ribeirão, a indústria, historicamente, é uma das principais responsáveis por acidentes de trabalho. "Pela natureza do trabalho, os equipamentos são mais perigosos. É preciso ter muita habilidade para um manuseio seguro", disse.
Segundo ele, nos últimos anos a Ciesp e as indústrias redobraram os investimentos para evitar os acidentes. "Uma das provas é que o próprio trabalhador está mais consciente e passou a ser um instrumento de reclamação e denúncia nos sindicatos", disse.
O último Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho, do Ministério da Previdência Social, mostra que houve um aumento de 45% nas mortes por acidentes na região entre 2006 e 2007 -ainda não há dados fechados do ano passado. Segundo o levantamento, que leva em consideração todos os acidentes e não apenas os atendidos em hospitais do SUS, o total de mortes passou de 55 para 80 nas 89 cidades da região.


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