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Exportações sofrem queda de 20% na região em 2009
Volume exportado é maior de janeiro a agosto deste ano, mas faturamento cai
Em agosto, queda no total embarcado chegou a 31% na região, apontam
dados do Ministério do Desenvolvimento
DA FOLHA RIBEIRÃO
As dez maiores cidades da região de Ribeirão Preto exportaram mais e ganharam menos
nos oito primeiros meses do
ano na comparação com o mesmo período do ano passado.
De janeiro a agosto, elas embarcaram para o exterior US$
1,90 bilhão, queda de 19,61% em
relação aos US$ 2,36 bilhões exportados no mesmo período no
ano anterior.
A queda em dólares na balança comercial da região aconteceu apesar da alta do volume
vendido, de 6% -de 2,19 bilhões
de quilos, em 2008, para 2,32 bilhões, neste ano.
Em agosto, a queda foi ainda
maior do que no acumulado do
ano. Nas dez maiores cidades da
região, chegou a 31%, com destaque para as variações negativas de Batatais (79%) e Sertãozinho (66%). Apenas Bebedouro (25%) e Matão (12%), que estão em meio à safra da laranja,
tiveram alta no mês.
Uma das explicações para o
movimento negativo das exportações é o aumento das vendas
de mercadorias com menor valor agregado, principalmente
commodities, em detrimento
dos produtos industrializados,
tendência também observada
nas exportações do país no ano,
segundo Alberto Borges Mathias, professor da FEA-RP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto), da USP.
As únicas cidades com alta
nas exportações -Ribeirão,
Sertãozinho e Jaboticabal-
têm no açúcar a principal mercadoria de sua pauta de exportações. Em Ribeirão Preto, os
embarques da commodity, que
passa por bom momento no
mercado global, tiveram alta de
686% nos oito primeiros meses
de 2009. Os embarques de açúcar de Sertãozinho subiram menos, mas ainda assim a alta é significativa: 98,4%.
Dependentes de produtos industrializados, Franca e São
Carlos seguiram trajetória
oposta e apresentaram as maiores quedas nas exportações entre as dez maiores cidades da região, com baixas respectivas de
37,6% e 36,5%.
Com participação de 40% nas
vendas de Franca para outros
países, somente o calçado de
couro, com solado em borracha,
teve queda de 40%.
Segundo o presidente do Sindifranca (Sindicato da Indústria
de Calçados de Franca), José
Carlos Brigagão do Couto, as exportações em declínio do setor
são explicadas pela crise mundial, que diminuiu a demanda
por sapatos, e pela valorização
do real. Para ele, a comparação é
desfavorável, já que, no ano passado, até o estouro da crise, em
setembro, o ano era bom para o
setor, diferentemente de agora.
Em São Carlos, as vendas de
motocompressores, produto
mais comercializado com o exterior pelo município, declinaram 51,7%. As exportações da
indústria local só devem voltar
a se recuperar no ano que vem,
segundo o diretor regional do
Ciesp em São Carlos, Ubiraci
Pires Corrêa. "O mercado interno nos salvou neste ano."
A expectativa é que a queda
nos estoques mundiais e os sinais de reaquecimento da economia mundial deem novo impulso às exportações nos próximos meses.
(JEAN DE SOUZA)
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