Ribeirão Preto, Quarta-feira, 16 de Setembro de 2009

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Exportações sofrem queda de 20% na região em 2009

Volume exportado é maior de janeiro a agosto deste ano, mas faturamento cai

Em agosto, queda no total embarcado chegou a 31% na região, apontam dados do Ministério do Desenvolvimento


DA FOLHA RIBEIRÃO

As dez maiores cidades da região de Ribeirão Preto exportaram mais e ganharam menos nos oito primeiros meses do ano na comparação com o mesmo período do ano passado.
De janeiro a agosto, elas embarcaram para o exterior US$ 1,90 bilhão, queda de 19,61% em relação aos US$ 2,36 bilhões exportados no mesmo período no ano anterior.
A queda em dólares na balança comercial da região aconteceu apesar da alta do volume vendido, de 6% -de 2,19 bilhões de quilos, em 2008, para 2,32 bilhões, neste ano.
Em agosto, a queda foi ainda maior do que no acumulado do ano. Nas dez maiores cidades da região, chegou a 31%, com destaque para as variações negativas de Batatais (79%) e Sertãozinho (66%). Apenas Bebedouro (25%) e Matão (12%), que estão em meio à safra da laranja, tiveram alta no mês.
Uma das explicações para o movimento negativo das exportações é o aumento das vendas de mercadorias com menor valor agregado, principalmente commodities, em detrimento dos produtos industrializados, tendência também observada nas exportações do país no ano, segundo Alberto Borges Mathias, professor da FEA-RP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto), da USP.
As únicas cidades com alta nas exportações -Ribeirão, Sertãozinho e Jaboticabal- têm no açúcar a principal mercadoria de sua pauta de exportações. Em Ribeirão Preto, os embarques da commodity, que passa por bom momento no mercado global, tiveram alta de 686% nos oito primeiros meses de 2009. Os embarques de açúcar de Sertãozinho subiram menos, mas ainda assim a alta é significativa: 98,4%.
Dependentes de produtos industrializados, Franca e São Carlos seguiram trajetória oposta e apresentaram as maiores quedas nas exportações entre as dez maiores cidades da região, com baixas respectivas de 37,6% e 36,5%.
Com participação de 40% nas vendas de Franca para outros países, somente o calçado de couro, com solado em borracha, teve queda de 40%.
Segundo o presidente do Sindifranca (Sindicato da Indústria de Calçados de Franca), José Carlos Brigagão do Couto, as exportações em declínio do setor são explicadas pela crise mundial, que diminuiu a demanda por sapatos, e pela valorização do real. Para ele, a comparação é desfavorável, já que, no ano passado, até o estouro da crise, em setembro, o ano era bom para o setor, diferentemente de agora.
Em São Carlos, as vendas de motocompressores, produto mais comercializado com o exterior pelo município, declinaram 51,7%. As exportações da indústria local só devem voltar a se recuperar no ano que vem, segundo o diretor regional do Ciesp em São Carlos, Ubiraci Pires Corrêa. "O mercado interno nos salvou neste ano."
A expectativa é que a queda nos estoques mundiais e os sinais de reaquecimento da economia mundial deem novo impulso às exportações nos próximos meses. (JEAN DE SOUZA)


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