Ribeirão Preto, Domingo, 16 de Novembro de 2008

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Peões se ferem mais nas arenas norte-americanas

DO ENVIADO ESPECIAL A LAS VEGAS

Por dois minutos, não se ouvia a voz de nenhuma das 19 mil pessoas presentes à final do campeonato mundial da PBR. Deitado no chão após ter sido pisoteado na nuca e nas costas pelo touro Too Sharp, o peão brasileiro Ednei Caminhas recebia auxílio médico, enquanto os replays de diversos ângulos da montaria eram exibidos num telão de quatro faces do ginásio. Quando, enfim, o peão conseguiu se levantar, foi aplaudido pelo público e deixou o ginásio amparado pelos paramédicos. Casos como o de Caminhas são comuns na PBR.
Ao menos dez peões sofreram algum tipo de lesão ou foram atingidos pelos touros, ainda que sem gravidade, entre os últimos dias 6 e 9, na etapa de Las Vegas -a última do Mundial de Rodeio.
Caminhas, no dia seguinte, ainda montou e obteve nota 88,25. Somente no domingo, dois dias depois de ter sido pisoteado, descobriu que tinha fraturado o braço. Mesmo assim, montou, mas caiu.
"Eu estava sentindo muita dor, mas não achava que tinha fraturado. Fizemos um raio-X e apareceu a fratura", afirmou.
Outro brasileiro que se lesionou na temporada foi Robson Palermo, que passou sete meses machucado. "Tive fratura na perna e, por três vezes, perdi os sentidos dentro da arena", afirmou ele, que ganhou aproximadamente US$ 450 mil na temporada, sendo US$ 250 mil por ter sido campeão de Las Vegas -onde sofreu uma chifrada de um touro, mas saiu caminhando normalmente.
Provas de que a disputa é acirrada e as quedas, iminentes, podem ser vistas no número de peões que conseguiram parar os oito segundos sobre os touros -exigidos pelo regulamento para pontuar.
Na segunda noite da final, quando o norte-americano Nick Landreneau ficou preso ao touro em sua montaria, só 21 dos 45 competidores conseguiram pontuar -quando isso ocorre, a nota não raramente passa de 90 pontos. Na final, com 15 montarias, só três pararam nos touros, tidos como "muito duros e difíceis".
Além de Palermo e Caminhas, outros brasileiros competiram com proteções, como Adriano Moraes, que após uma montaria reapareceu com bolsa de gelo nas mãos. Leonil Santos, campeão de Barretos e recém-chegado aos EUA, montou lesionado. "Sofri uma distensão no primeiro rodeio aqui."


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