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Promotor defende juiz do caso Vanderson Bullamah
Advogados que participam de júris populares em Ribeirão querem "brecar" juiz
Presidente da Associação dos Magistrados, Mozart Valadares Pires, diz que atrito surge porque juiz "não agrada todo mundo"
DA FOLHA RIBEIRÃO
O promotor do caso Vanderson Bullamah, Luis Henrique
Pacini Costa, disse ontem que o
problema dos criminalistas
com o juiz José Roberto Bernardi Liberal está no rigor das
penas que o magistrado aplica.
Advogados que participam
de júris populares em Ribeirão
discutem formas de tentar
"brecar" o juiz, alegando que
ele não respeita o princípio de
ampla defesa dos acusados, por
causa do número de prisões
cautelares decretada.
Dizem ainda que o magistrado parte da pena máxima para
dosar as condenações. "O inconformismo [dos criminalistas] é em relação à pena. E para
isso cabe recurso", diz Pacini.
O promotor acusou o ex-ginecologista Bullamah de causar, em julho de 2002, a morte
da paciente Helen de Moura
Buratti. A jovem, então com 18
anos, morreu um dia depois de
fazer uma lipoescultura.
Sobre o caso de Bullamah,
Pacini disse que o ex-ginecologista teve cerca de duas horas e
meia para se defender durante
o júri ocorrido na última sexta-feira, do qual o ex-médico saiu
condenado a 18 anos de prisão
em regime fechado e teve a prisão cautelar decretada. Ele foi
solto no sábado, graças a um
habeas corpus.
Ao justificar a prisão cautelar, Liberal alegou que, em razão da severidade da pena, Bullamah poderia fugir quando o
Tribunal de Justiça do Estado
confirmasse a sentença.
Ele disse que a prisão foi decretada de forma embasada, levando em consideração casos
em que condenados a penas severas, como a aplicada ao ex-médico, fugiram quando a sentença se confirmou.
Como exemplo, citou o caso
do ex-promotor Igor Ferreira
da Silva, condenado por ter matado sua mulher, e que ficou foragido por oito anos. Liberal
negou que tenha decretado prisão cautelar para todos os réus
condenados em júris.
Segundo Mozart Valadares
Pires, presidente Associação os
Magistrados Brasileiros, não é
comum manifestação de criminalistas como a de Ribeirão
ocorrer no país.
"O juiz não pode aplicar uma
pena maior do que determina a
lei. Ele analisa todos os aspectos do processo antes de decidir
que pena será aplicada. Agora, o
juiz contraria interesses. Em
algum momento pode haver
atrito porque o juiz não agrada
todo mundo", disse.
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