Ribeirão Preto, Quarta-feira, 17 de Março de 2010

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Por causa de bactéria, bebê de Franca iria para Prudente

Transferência para cidade a 500 km de distância foi revista após melhora da criança

Hospitais em Ribeirão e Araraquara também trabalham com limite de leitos, o que eleva o risco de infecção hospitalar


JULIANA COISSI
DA FOLHA RIBEIRÃO

A superlotação de leitos de CTI (Central de Terapia Intensiva) para bebês prematuros e abaixo do peso da Santa Casa de Franca e as mortes por infecção no hospital levaram o Estado a tentar transferir ontem pela manhã um bebê de apenas 18 meses de vida para a única vaga então disponível, em Presidente Prudente, distante 491 km de Franca.
O hospital possui dez leitos neonatal, mas abrigava 13 bebês até ontem. Depois que 19 morreram infectados pela bactéria klebsiella no ano passado, a Secretaria de Estado da Saúde recomendou que a Santa Casa passe a internar no máximo dez bebês no CTI Infantil.
Diante da exigência, a Santa Casa pediu ao Estado que encontrasse vagas para os três bebês excedentes. As crianças, porém, tiveram melhora e foram transferidas para o berçário e para o quarto das mães. O Estado e o hospital negaram que a alta do CTI tenha sido causada pela superlotação.

Infecção
A situação não é exclusiva de Franca. Hospitais da região de Ribeirão com leitos neonatal afirmaram que trabalham no limite da capacidade, o que eleva o risco de infecção hospitalar.
A Santa Casa de Araraquara e o HC (Hospital das Clínicas) de Ribeirão relataram que não tiveram mortes por klebsiella em 2009, mas confirmaram a ocorrência de casos de infecção hospitalar. Em Ribeirão, o HC possui 17 leitos. "Já chegamos a internar 20 crianças no ano passado. Percebemos um aumento de infecção. Recuamos e alertamos que não poderíamos receber mais bebês", disse o infectologista Fernando Bellissimo Rodrigues.
Em Araraquara, a Santa Casa tem nove leitos, mas já abrigou 14 bebês. "Temos casos de internação por ordem judicial", disse a infectologista Estela Cirino Cattelani.


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