Ribeirão Preto, Terça-feira, 17 de Agosto de 2010

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Curso a vigilante é adequado, diz guarda

Superintendente da GCM, Umberto Coelho da Silva, afirma que capacitação ocorreu a pedido dos profissionais

"Em uma tensão na escola, ele se lembrará de tudo o que passou [no treinamento], e verá que aquilo é pequeno"

DE RIBEIRÃO PRETO

O superintendente da GCM (Guarda Civil Municipal) de Sertãozinho, Umberto Coelho da Silva, disse à Folha não ver abuso no treinamento aplicado a guardas civis, em 2009.
A vigilante ouvida pela reportagem exibiu um certificado do curso, com o título "Noções Básicas de Patrulhamento em Eventos e Imobilização", ocorrido de 23 a 24 de maio de 2009.
Os alunos do curso eram funcionários de uma empresa que presta serviço terceirizado de segurança em escolas da rede municipal. Eles atuam desarmados.
De acordo com o superintendente, o treinamento mostrou aos vigilantes "os tipos de tensões que eles podem vivenciar no dia a dia". "Inclusive foi um curso solicitado a nós pelos próprios vigilantes", disse Silva.
A atividade em que os alunos tiveram de andar vendados à noite no mato e rastejar na lama, na opinião de Silva, faz parte da preparação de um vigilante de escola.
"Isso é uma preparação. Porque no ambiente escolar ele vai se deparar com traficante em porta de escola, possivelmente, com briga de alunos, com pais talvez agressivos. Enfim, ele tem que estar com o seu preparo mental acima da média."
O comandante admite que o curso ministrado pela Guarda Civil Municipal é exigente. "Você cria uma tensão naquele momento de treinamento, e a pessoa na hora da escola vai pensar: "Poxa, eu passei por aquilo tudo, com pessoa falando alto na minha cabeça. É pequeno o que está acontecendo aqui agora, dois alunos brigando."
Segundo a Polícia Federal, cursos de treinamento e reciclagem não precisam de autorização ou fiscalização como os de formação do vigilante. Só há três empresas na região autorizadas a formar esse profissional.
Questionado pela Folha sobre o treinamento dado a quem atua em escolas, o delegado da Polícia Federal Daniel Vizicato disse que precisaria conhecer exatamente a proposta do curso. "Mas qualquer coisa que for humilhante ou degradante por si só, sem uma finalidade, não tem razão." (JC)


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