COLABORAÇÃO PARA A FOLHA RIBEIRÃO

Por causa de um atraso num voo há nove anos, a TAM foi condenada pelo TJ (Tribunal de Justiça) a indenizar o cardiologista Fernando Nobre, 60, de Ribeirão Preto.
Ele viajou em julho de 2000 para Belo Horizonte (MG), mas o atraso de 20 minutos no voo que partiu de Ribeirão para São Paulo, e o consequente atraso na conexão para a capital mineira, fizeram com que ele chegasse às 13h15 em Belo Horizonte, duas horas e 13 minutos após a previsão e 45 minutos depois do horário marcado para uma palestra que ministraria num congresso.
Em primeira instância, a companhia aérea foi condenada a pagar indenização de 200 salários mínimos, mas recorreu. O TJ decidiu que a indenização será de R$ 3.000. A redução, segundo consta no processo, foi dada porque a Justiça entendeu que o prejuízo sofrido pelo médico não foi grave. "O apelado [médico] conseguiu apresentar-se à plateia que o aguardava e a demora não afetou sua reputação e seu reconhecimento profissional perante a classe médica", diz trecho da decisão.
O cardiologista afirmou que decidiu entrar com a ação na Justiça há nove anos para exigir ressarcimento mais por uma questão de princípios do que pela indenização. Segundo ele, a demora na sentença é o que desestimula as pessoas. "Se houvesse uma Justiça mais rápida, mais pessoas iriam buscar seus direitos."
Nobre disse que, apesar de o processo ser moroso e dispendioso, é válido. "Se todo dia alguém fizesse isso, haveria um monte de decisões como essa que fariam as empresas respeitarem mais os clientes", disse.
Em nota, a assessoria da TAM limitou-se a confirmar que entrou com recurso em primeira instância e conseguiu a redução da indenização. A empresa não informou se vai, novamente, recorrer, ou se vai acatar a decisão e pagar a indenização.


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