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Franca tem menor proporção de empregos
Cidade calçadista tem um trabalhador registrado a cada 4,57 moradores; resultado é o pior entre as dez grandes da região
Dados foram colhidos no final de 2007; secretário diz que os francanos têm empregos, mas muitos são registrados na região
LUCAS REIS
DA FOLHA RIBEIRÃO
Famosa por sua força na indústria, Franca tem a menor
proporção de empregos com
carteira assinada em relação a
sua população, considerando as
dez maiores cidades da região.
Os dados são do Rais (Relação
Anual de Informações Sociais),
elaborado pelo Ministério do
Trabalho.
Em dezembro de 2007,
quando os números foram consolidados, Franca tinha 69.841
trabalhadores com carteira assinada para uma população de
319.094. Cruzando os dados,
chega-se à proporção de um
trabalhador registrado a cada
4,57 moradores.
No ranking estadual, hierarquizado pela média de habitantes por emprego formal, Franca
surge na modesta 210ª colocação entre os 645 municípios.
Nenhum dos outros nove grandes municípios da região está
abaixo desta posição. Por outro
lado, o ranking revela situações
curiosas. Gavião Peixoto, por
exemplo, aparece em segundo
lugar no Estado, com mais trabalhadores registrados do que
população. A cidade de 4.103
habitantes tem 5.482 trabalhadores registrados. Isso se explica porque a fábrica da Embraer,
instalada na cidade, atrai muitos trabalhadores de cidades vizinhas (leia nesta página).
Voltando à parte de baixo do
ranking, Santa Ernestina tem
status de "cidade dormitório":
são 5.510 habitantes e apenas
368 empregos formais.
Os especialistas apontam
uma série de explicações para o
mau desempenho de Franca.
"O nível de emprego cai no final
do ano devido ao fim da colheita do café. Se o dado tivesse sido
captado em agosto, por exemplo, seria mais real", disse o secretário de Planejamento e
Gestão Econômica, Sebastião
Ananias, que cita, também, a
oferta de vagas em usinas da região. "O francano tem emprego,
mas em alguns casos ele é registrado nas cidades vizinhas devido à localização das usinas",
disse o secretário.
O presidente da Acif (Associação do Comércio e Indústria
de Franca), João Carlos Cheade, afirma que a cidade está
com um ótimo desempenho
em 2008 na geração de empregos. "Franca é a oitava cidade
do Estado que mais gerou empregos neste ano. Em 2007, tivemos problemas com dólar,
grandes indústrias demitiram.
O cenário mudou em 2008."
Até setembro, segundo o Ministério do Trabalho, o saldo de
contratações em Franca era de
13.252. Deste total, 77,2%, ou
10.236, eram da indústria.
O setor calçadista continua
sendo o carro-chefe da indústria da cidade. Segundo o Sindifranca (Sindicato da Indústria
Calçadista de Franca), atualmente são 28 mil trabalhadores
no setor. Há 20 anos, eles somavam 35 mil. "Estamos em
franco crescimento. Nosso planejamento é voltar aos 35 mil
nos próximos anos", disse.
Paralelo ao domínio da indústria na cidade, há uma necessidade de oferta maior de
vagas no comércio e na prestação de serviços, diz Ananias.
"Houve um bom crescimento nos últimos quatro anos,
mas a cidade ainda tem um espaço expressivo para esses dois
segmentos", disse. O presidente da Acif concorda.
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