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Gavião Peixoto tem mais trabalhadores registrados do que habitantes
Silva Junior/Folha Imagem
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Trabalhadores chegam a Santa Ernestina após cumprir a jornada na usina Cosan, na vizinha Guariba
DO ENVIADO A GAVIÃO PEIXOTO E
SANTA ERNESTINA
De um lado, uma cidade
que tem mais trabalhadores
do que habitantes. De outro,
um município que tem apenas uma carteira assinada
para cada 15 moradores. Gavião Peixoto e Santa Ernestina, ambas com menos de
6.000 habitantes, chamam
atenção nos extremos do
ranking estadual de trabalhadores/habitantes.
A primeira vive, basicamente, da Embraer. Porém,
dos 2.227 funcionários da fábrica de aviões, que se instalou na cidade em 2001, apenas 5,6% moram em Gavião. O restante vem de Araraquara, Matão, São Carlos e outras cidades da região.
Juliano Aparecido Carvalho, 27, é um deles. Mora em
Araraquara, mas viaja duas
horas todos os dias até a cidade vizinha para montar
peças de avião. "Foi uma
grande chance que agarrei.
Até tive algumas oportunidades em Araraquara, mas
preferi Gavião Peixoto pelo
que a Embraer representa."
O prefeito eleito da cidade,
Ronivaldo Sampaio Fratuci
(PDT), o Roni, disse que se
preocupa com a baixa participação da população local
na Embraer. "A fábrica abre
muitas vagas, mas nosso munícipe não está tendo oportunidade. Se não tivermos
política de qualificação do
nosso pessoal, a Embraer
continuará a contratar apenas o pessoal de fora", disse.
Santa Ernestina tem apenas 368 trabalhadores registrados para uma população
de 5.510 pessoas. "Emprego
tem, mas nas cidades vizinhas. É para lá que o pessoal
vai", diz o prefeito reeleito,
José Carlos Simão (PTB), o
Dedé. O Grupo Cosan, com
sua usina na vizinha Guariba, absorve praticamente todos os trabalhadores de Santa Ernestina. Dedé disse que colocará em prática, em
2009, o projeto do parque industrial. Porém, há outro
problema que o perturba.
"As mulheres sofrem aqui.
Não tem emprego para elas.
Não há o que fazer", disse.
Entre os trabalhadores
que viajam todos os dias,
pouca reclamação. "Cansa
um pouco, mas é uma vida
boa. Santa Ernestina nos dá
uma boa estrutura, e o emprego em Guariba é bom",
disse Francisco Aparecido
de Souza, 44, que há 12 anos
viaja todos os dias.
(LUCAS REIS)
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