Ribeirão Preto, Segunda-feira, 17 de Novembro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

foco

Gavião Peixoto tem mais trabalhadores registrados do que habitantes

Silva Junior/Folha Imagem
Trabalhadores chegam a Santa Ernestina após cumprir a jornada na usina Cosan, na vizinha Guariba

DO ENVIADO A GAVIÃO PEIXOTO E SANTA ERNESTINA

De um lado, uma cidade que tem mais trabalhadores do que habitantes. De outro, um município que tem apenas uma carteira assinada para cada 15 moradores. Gavião Peixoto e Santa Ernestina, ambas com menos de 6.000 habitantes, chamam atenção nos extremos do ranking estadual de trabalhadores/habitantes.
A primeira vive, basicamente, da Embraer. Porém, dos 2.227 funcionários da fábrica de aviões, que se instalou na cidade em 2001, apenas 5,6% moram em Gavião. O restante vem de Araraquara, Matão, São Carlos e outras cidades da região.
Juliano Aparecido Carvalho, 27, é um deles. Mora em Araraquara, mas viaja duas horas todos os dias até a cidade vizinha para montar peças de avião. "Foi uma grande chance que agarrei. Até tive algumas oportunidades em Araraquara, mas preferi Gavião Peixoto pelo que a Embraer representa."
O prefeito eleito da cidade, Ronivaldo Sampaio Fratuci (PDT), o Roni, disse que se preocupa com a baixa participação da população local na Embraer. "A fábrica abre muitas vagas, mas nosso munícipe não está tendo oportunidade. Se não tivermos política de qualificação do nosso pessoal, a Embraer continuará a contratar apenas o pessoal de fora", disse.
Santa Ernestina tem apenas 368 trabalhadores registrados para uma população de 5.510 pessoas. "Emprego tem, mas nas cidades vizinhas. É para lá que o pessoal vai", diz o prefeito reeleito, José Carlos Simão (PTB), o Dedé. O Grupo Cosan, com sua usina na vizinha Guariba, absorve praticamente todos os trabalhadores de Santa Ernestina. Dedé disse que colocará em prática, em 2009, o projeto do parque industrial. Porém, há outro problema que o perturba. "As mulheres sofrem aqui. Não tem emprego para elas. Não há o que fazer", disse.
Entre os trabalhadores que viajam todos os dias, pouca reclamação. "Cansa um pouco, mas é uma vida boa. Santa Ernestina nos dá uma boa estrutura, e o emprego em Guariba é bom", disse Francisco Aparecido de Souza, 44, que há 12 anos viaja todos os dias. (LUCAS REIS)


Texto Anterior: Franca tem menor proporção de empregos
Próximo Texto: Guaíra: Jovem morre a tiros na véspera de fazer 18 anos
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.