|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Indústria de Sertãozinho mira em América Latina e África
Há vendas fechadas ou em negociação para países como Sudão e África do Sul
Contratos de venda de
usinas de álcool e fábricas de
açúcar foram fechados com
empresas de países como
Angola e ainda a Venezuela
LEANDRO MARTINS
ENVIADO ESPECIAL A SERTÃOZINHO
Fábricas de Sertãozinho especializadas na produção de
equipamentos e máquinas para
a indústria sucroalcooleira estão apostando em países da
América Latina e África para
exportações.
Há contratos já fechados e
negociações em andamento para venda de usinas de álcool e
açúcar para países próximos,
como Venezuela, Equador e
Chile, e também para países
africanos, como Angola, Gana,
Moçambique e África do Sul.
O continente africano, em específico, é visto pelos empresários brasileiros do setor como
um filão com amplo potencial
de crescimento. O clima adequado para o cultivo da cana e a
falta de condições estruturais
do continente contribuem para
que os países da África procurem indústrias brasileiras, que
dominam a tecnologia do setor
sucroalcooleiro.
De janeiro a setembro deste
ano, Sertãozinho exportou US$
185,7 milhões (R$ 317,17 milhões, ao câmbio de anteontem), segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
O açúcar é o líder no ranking
das exportações da cidade, mas
as máquinas e equipamentos
para usinas e destilarias têm
ganhado espaço nos negócios
com outros países.
A Planusi Equipamentos Industriais é uma das empresas
de Sertãozinho que tem mirado
os mercados latino e africano.
De acordo com Vagner Stefanoni, diretor da empresa, atualmente a Planusi está terminando a montagem de uma usina
na Venezuela.
Em parceria com outras empresas, a Planusi também fechou um contrato de US$ 32
milhões para a construção de
uma fábrica de açúcar em Angola. O contrato prevê desde o
planejamento até a produção
da fábrica e a montagem da estrutura em território angolano.
"É um projeto completo, vamos
entregar operando", disse o diretor da fábrica.
Stefanoni se mostra otimista
quanto aos negócios externos
da Planusi e afirma acreditar
que as exportações devem chegar a 50% do faturamento da
empresa em médio prazo. Ele
não fala em datas ou valores.
Outra empresa com unidade
em Sertãozinho que tem investido no mercado externo, com
ênfase na América Latina e
África, é a Dedini Indústrias de
Base. A fábrica já começou a
embarcar equipamentos de um
contrato que envolve quatro
usinas na Venezuela. O negócio
foi fechado diretamente com a
PDVSA, estatal que controla o
setor de petróleo e energia na
Venezuela.
Outro contrato prevê o fornecimento de uma planta industrial no Sudão. Há ainda
contratos em negociação para
obras em Gana, Moçambique e
África do Sul. Hoje, as exportações representam 15% do faturamento da Dedini, sendo que
os EUA ainda lideram o destino
das vendas e representam 30%
dos negócios externos.
Mas, especificamente no setor sucroalcooleiro, o gerente
de exportações José Roberto
Pigati disse acreditar que a
África surge como mercado
promissor. "Nós acreditamos
que a África seja o futuro do
mercado do etanol. É um continente inexplorado e carente de
tecnologia e de serviços", disse.
As usinas e destilarias negociadas pela Dedini são construídas parte em Sertãozinho e
parte em outras unidades da
empresa, em Piracicaba e Jaboatão dos Guararapes (PE).
Em alguns casos, há participação de empresas dos países
envolvidos nos contratos, que
ficam responsáveis pela fabricação de maquinários e equipamentos com tecnologia inferior. "Até pela logística de
transporte, a gente tenta realizar o máximo possível no local", afirmou Pigati.
Texto Anterior: Painel Regional Próximo Texto: Empresas se aliam para ganhar mercado Índice
|