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Laudo do aeroporto aponta casas e motéis em área proibida
Segundo o promotor autor da ação, a conclusão do IPT pode implicar na retirada desses imóveis
VERIDIANA RIBEIRO
DA FOLHA RIBEIRÃO
O IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado)
concluiu o laudo que indica as
curvas de nível de ruído do aeroporto Leite Lopes, em Ribeirão Preto, e apontou que, além
de favelas, há residências, motéis e até uma parte do campus
do Centro Universitário Moura
Lacerda em situação irregular.
O estudo, contratado pelo
Daesp (Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo),
foi feito a pedido do Ministério
Público Estadual, que solicitou
à Justiça a interdição do Leite
Lopes, alegando que o aeroporto funciona irregularmente
justamente pela falta de definição das curvas de ruído.
"Pode ser até que isso implique uma paralisação, ao menos
temporária, para tirar essas residências", disse o promotor da
Habitação, Antônio Alberto
Machado, autor da ação. Até
ontem à tarde, o promotor ainda não havia recebido o laudo.
O estudo, no entanto, não
aponta o número de imóveis
que está em áreas onde é proibida a ocupação por casas ou
por imóveis de uso público, como escolas e motéis, de acordo
com as regras do Ministério da
Defesa. Um mapa, no entanto,
indica que essas construções
estão nas regiões dos bairros
Quintino Facci I, Jardim Aeroporto e Jardim Salgado Filho,
zona norte de Ribeirão.
Segundo João Agnaldo Donizeti Gandini, juiz da 2ª Vara da
Fazenda Pública, que analisa a
ação, o estudo do IPT pode definir a polêmica discussão sobre a necessidade de desapropriação de imóveis no entorno
do Leite Lopes, que se arrasta
desde a última gestão do ex-prefeito Antonio Palocci Filho
(2001-2004).
Além da Promotoria, o Daesp
poderá pedir esclarecimentos
sobre o estudo. Caso não haja
dúvidas, a Justiça homologa
um acordo firmado entre o Estado e a Promotoria no mês de
fevereiro do ano passado, quando o Daesp se comprometeu a
aceitar as indicações feitas no
laudo do IPT.
Na prefeitura, por enquanto,
só há planos de desapropriação
de parte dos moradores das favelas do entorno. Ao todo, foram cadastradas 966 famílias
em situação irregular, mas a licitação aberta pela CDHU
(Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano
do Estado) vai atender a 692.
De acordo com Rodrigo Arenas, presidente da Cohab, outras 29 casas construídas pelo
município já estão construídas,
mas o município aguarda a
emissão do habite-se para remover as famílias da favela.
A direção da Moura Lacerda
diz que não tem conhecimento
sobre o laudo, mas vai se informar e estudar o caso.
Segundo o promotor da Habitação, após a análise do laudo
do IPT a necessidade de desapropriação ou de restrição do
uso do aeroporto será discutida
com o Daesp.
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