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Nilza para e diz que vai mudar ramo de atividade
Indústria interrompeu as operações no início do mês e foi colocada à venda
O diretor de marketing da empresa, José Maurício Furtado, afirma que o preço do leite no mercado inviabiliza os negócios
Edson Silva/Folha Imagem
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Caminhões estacionados em frente da unidade da Indústria de Alimentos Nilza, em Ribeirão; fábrica está parada desde o início do mês
DA FOLHA RIBEIRÃO
Tradicional no segmento de
leite no interior de São Paulo, a
Indústria de Alimentos Nilza,
que tem unidades em Ribeirão
Preto e Itamonte (MG), vai tentar mudar de ramo de negócio e
está à venda.
A informação é do diretor de
marketing da empresa, José
Maurício Furtado. Desde o início do mês, a empresa interrompeu operações e mantém
250 funcionários em casa, com
pagamento de salários.
Também foi suspensa a compra de leite e até contratos, como o que mantinha com uma
empresa de assessoria em comunicação, foram rompidos.
Segundo Furtado, não é possível divulgar o valor de venda
da empresa porque, de acordo
com ele, a negociação ainda é
"muito incipiente". Ele não disse também para qual ramo de
negócios a indústria seguirá,
mas afirmou que não abandonará o setor alimentício.
A mudança, de acordo com o
diretor, se deve a "preços impraticáveis" do leite, que no ano
passado era comprado pela empresa a R$ 0,85 e vendido aos
consumidores por R$ 1,98
-atualmente custa R$ 0,99 para revenda a R$ 1,58.
Para o presidente da Leite
Brasil (Associação Brasileira
dos Produtores de Leite), Jorge
Rubez, a situação da Nilza repete o que acontece sempre que
uma empresa do segmento fica
à venda. "Abre uma oportunidade de mercado. Resta saber
quanto vão cobrar por ela e o
quanto estão dispostos a pagar", afirmou Rubez.
A assessoria de imprensa da
ABLV (Associação Brasileira da
Indústria de Leite Longa Vida)
disse que a entidade não costuma se manifestar nesses casos.
A principal fornecedora de leite
da Nilza, a Minas Leite, de Minas Gerais, deixou de fazer negócios com a empresa há cerca
de 30 dias.
"Eles não conseguiam mais
cumprir nossas exigências",
disse Manoelito Simões, superintendente da cooperativa.
Em 2009, a Nilza entrou em
processo de recuperação judicial para renegociar R$ 340,8
milhões em dívidas.
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