Ribeirão Preto, Terça-feira, 19 de Junho de 2001

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145 ANOS
Primeiro telefone foi instalado em 1899; processo originou a criação da Ceterp, adquirida pela Telefônica em 1999
Telefonia municipal teve início em 1938

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O processo de municipalização do serviço de telefonia, que acabou originando a Ceterp (Centrais Telefônicas de Ribeirão Preto), foi iniciado em 1938.
Até então, o sistema era administrado por uma empresa de capital privado que contava com uma concessão municipal.
De acordo com documentos históricos, o primeiro telefone da cidade foi instalado em 1899, na Prefeitura de Ribeirão Preto. A cidade foi a nona do Estado de São Paulo a receber uma concessão para a área de telefonia.
No município, a primeira concessão foi solicitada por Flávio Vasconcelos, em maio de 1896.
Após a venda da empresa, em 1908, para Isaac Ferreira, a administração municipal estabeleceu um contrato prevendo que, depois de 30 anos, o serviço deveria ser assumido pelo município.
Dessa forma, ao final do prazo, todos os bens passariam a pertencer à prefeitura, o que lhe daria condições de criar uma empresa municipal de telefonia.
Por meio da iniciativa privada, a cidade passou a contar com 850 terminais instalados em 1913, quando teve início o serviço interurbano em Ribeirão Preto.
Em 1928, a multinacional CTB (Companhia Telefônica Brasileira) comprou a empresa responsável pela telefonia em Ribeirão e explorou o serviço até 1938, quando venceu o contrato de concessão do serviço.
Visando a renovação do contrato de concessão, a CTB propôs a troca de todo o sistema, mas a proposta foi recusada e o município passou a controlar o serviço.
Nessa ocasião, foi criado o STM (Serviço Telefônico Municipal), que permaneceu até 1969, quando foi fundada a Ceterp. No período em que a empresa foi criada, a cidade contava com uma rede de 4.000 telefones automáticos e 700 terminais manuais.
A Ceterp foi a responsável pela instalação dos primeiros telefones públicos, na década de 60, e da implantação do sistema de ligações DDD (Discagem Direta a Distância) e DDI (Discagem Direta Internacional), nos anos 70.
A partir de 1994, a empresa passou a operar no sistema de telefonia móvel. Um ano depois, o prefeito Antônio Palocci Filho (PT) vendeu parte da empresa por meio da emissão de ações.
A extinção da Ceterp ocorreu em dezembro de 1999, quando o prefeito Luiz Roberto Jábali (PSDB) vendeu o controle acionário para o Grupo Telefônica por R$ 208,8 milhões, em um leilão realizado na Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo).
De acordo com o sindicato dos telefônicos de Ribeirão, dos 1.150 funcionários da Ceterp, apenas 60 permaneceram após a venda.


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