Em campanha salarial, categoria não fará extras no fim de semana

Prefeita quer convencer profissionais a voltar ao trabalho; contratações emergenciais também estão em seus planos

HÉLIA ARAUJO
DE RIBEIRÃO PRETO

A previsão é de caos neste final de semana nos postos de saúde de Ribeirão Preto. Sem acordo com os médicos, a prefeita Dárcy Vera (DEM) tentava ainda na noite de ontem convencer profissionais da rede a cumprir as horas extras de hoje e amanhã.
Por outro lado, o Simesp (Sindicato dos Médicos de São Paulo) ameaça denunciar ao CRM (Conselho Regional de Medicina) o médico que aceitar a proposta e descumprir decisão da categoria de não fazer extras.
Caso não consiga convencer os médicos, a prefeitura tentará contratar profissionais emergencialmente para atuar nos plantões.
"Estou sendo pressionada pelos médicos e pelos servidores por um problema que se arrasta há anos. Não dá para resolver tudo de uma só vez", disse a prefeita.
O representante do Simesp, Renato Arena, rebate. Ele diz que a prefeitura foi avisada do cancelamento das horas extras há 30 dias, mas não resolveu a situação.
Hoje, numa edição extraordinária do "Diário Oficial", devem ser publicadas as convocações dos 22 profissionais que se inscreveram no processo seletivo dos médicos, que oferecia 40 vagas.
Segundo a prefeitura, dez clínicos gerais e 12 emergencialistas devem começar a trabalhar na rede na próxima semana. Mas hoje e amanhã unidades de saúde podem ficar desfalcadas de médicos.
É o caso da UBDS da Vila Virgínia, que, após as 15h de hoje, deve ficar sem pediatra e com apenas um emergencialista do Samu.
"Vamos fazer adequações nas unidades, levando pacientes onde houver mais médicos", disse o secretário de Saúde, Stênio Miranda.
Nesta semana o promotor Sebastião Sérgio da Silveira sugeriu que a categoria recebesse R$ 630 a mais de bonificação. A proposta foi aceita pela prefeitura, mas ainda será debatida pelos médicos.


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