Ribeirão Preto, Sábado, 19 de Junho de 2010

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154 ANOS ESTRANGEIROS

Uruguaia elogia crescimento e lojas

Há 18 anos em Ribeirão, Ana Verónica diz que, no trânsito, falta pouco para a cidade virar uma São Paulo

"Eu nem conhecia o Brasil; vim direto para morar em Ribeirão e, graças a Deus, topei com gente muito boa aqui"

DE RIBEIRÃO PRETO

Em 1992, a uruguaia Ana Verónica Fernandes Rodriguez era uma jovem de 20 anos, estudante de direito em Montevidéu, capital do país. Grávida do primeiro filho, viu-se diante do desafio de mudar de cidade.
Dessa vez, porém, a viagem não significaria apenas deslocar-se de Tacuarembó, sua cidade natal, no norte do país, para a capital.
Ana Verónica teria que deixar o seu país e mudar-se para Ribeirão Preto, onde o marido, Mike, também uruguaio, já esperava por ela.
Dois anos antes, Mike tinha conhecido Ribeirão a convite de um amigo uruguaio. Recebeu logo uma proposta para trabalhar como representante comercial em cidades do interior paulista. Aceitou o emprego, mas deixou para trazer a mulher mais tarde.
Apesar de ter nascido tão perto do país vizinho que falava português -sua terra natal fica a 100 km da cidade gaúcha de Uruguaiana-, Ana Verónica nunca havia cruzado a fronteira.
"Eu nem conhecia o Brasil. Vim direto para morar em Ribeirão e, graças a Deus, deu tudo certo. Eu topei com gente muito boa no Brasil. Gente que me abriu as portas logo no começo, embora eu não falasse nada de português."
Como o marido viajava muito a trabalho, a uruguaia logo tratou de encontrar um trabalho para ocupar seu tempo. A facilidade com línguas a levou a se tornar professora de espanhol.
Ana Verónica ensinava, mas também aprendia. "Eu ensinava espanhol e os meus alunos me ajudavam com o português", diz.
Hoje, o casal de uruguaios costuma fazer caminhadas no campus da universidade, em meio ao espaço verde que eles tanto admiram.
Ana Verónica, 38, também elogia a facilidade de se fazer compras na cidade. "Considero sensacional o comércio de Ribeirão. O que você procura consegue achar."
Há 18 anos em Ribeirão, a professora de línguas observa o quanto a cidade mudou. "Eu lembro daquela região da [avenida João] Fiúsa anos atrás. Era tudo campo, não tinha nada mesmo. De dez anos para cá, cercou de prédios, está toda estruturada."
Mas o trânsito, afirma a uruguaia, não acompanhou o crescimento da cidade. "Precisa melhorar. Em horários de pico, fica muito caótico. Falta pouco para virar uma São Paulo", diz.
Quando o assunto é futebol, Verónica confessa que se sente dividida. No Uruguai, ela torce para o Nacional, mas, como os filhos Cecília, 17, e Pablo, 6, brasileiros, são são-paulinos, ela os acompanha na torcida.
Nesta Copa do Mundo, ela não aposta na terra natal. Acha que o Brasil leva a taça.
(JULIANA COISSI)

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