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Patrimônio industrial ganha espaço, diz professor
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
DE RIBEIRÃO PRETO
A quase totalidade de bens
históricos tombados ou de
interesse para preservação
em Ribeirão Preto é formada
por casarões ou imóveis que
foram ocupados por repartições públicas.
O chamado patrimônio industrial é uma expressão ainda pouco íntima aos preservacionistas, mas que vem
ocupando cada vez mais espaço, segundo o professor
Henrique Telles Vichnewski.
Em Ribeirão, o expoente
do segmento é o prédio da
Cervejaria Paulista, na avenida Jerônimo Gonçalves, que
foi construído a partir de 1911
em uma área de 11,4 mil m2 e
inaugurado dois anos após.
Pois é esse tipo de patrimônio que Vichnewski procura
preservar. Docente de cursos
de arquitetura e urbanismo,
ele diz que a ideia de tombamento ainda se limita a
obras, fatos ou personalidades grandiosos e nobres, mas
que, aos poucos, essa postura foi revista.
Em sua opinião, a cervejaria tem sua história entremeada à própria trajetória de
Ribeirão Preto.
"A possibilidade de não
ocorrer um resguardo cuidadoso dos seus espaços, estruturas e elementos fabris representativos, como suporte
da cultura material da história da Vila Tibério e de toda a
cidade, produzirá distorções
ou até um aniquilamento da
memória valiosa dessa cervejaria, e de todos que ali vivenciaram alguma experiência",
afirmou o professor.
Indagado se há espaço
apenas para centenárias e
históricas construções nos
processos de tombamento, o
professor afirmou que essa
mentalidade é caduca.
Segundo ele, a preservação e o tombamento do patrimônio histórico sofrem muito em razão da sustentação
desse limite de entendimento. "Todos os bens produzidos pelo homem, de natureza material e imaterial, podem ser considerados um patrimônio cultural", afirmou o
professor.
(PG)
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