Ribeirão Preto, Sábado, 19 de Junho de 2010

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Patrimônio industrial ganha espaço, diz professor

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
DE RIBEIRÃO PRETO

A quase totalidade de bens históricos tombados ou de interesse para preservação em Ribeirão Preto é formada por casarões ou imóveis que foram ocupados por repartições públicas.
O chamado patrimônio industrial é uma expressão ainda pouco íntima aos preservacionistas, mas que vem ocupando cada vez mais espaço, segundo o professor Henrique Telles Vichnewski.
Em Ribeirão, o expoente do segmento é o prédio da Cervejaria Paulista, na avenida Jerônimo Gonçalves, que foi construído a partir de 1911 em uma área de 11,4 mil m2 e inaugurado dois anos após.
Pois é esse tipo de patrimônio que Vichnewski procura preservar. Docente de cursos de arquitetura e urbanismo, ele diz que a ideia de tombamento ainda se limita a obras, fatos ou personalidades grandiosos e nobres, mas que, aos poucos, essa postura foi revista.
Em sua opinião, a cervejaria tem sua história entremeada à própria trajetória de Ribeirão Preto.
"A possibilidade de não ocorrer um resguardo cuidadoso dos seus espaços, estruturas e elementos fabris representativos, como suporte da cultura material da história da Vila Tibério e de toda a cidade, produzirá distorções ou até um aniquilamento da memória valiosa dessa cervejaria, e de todos que ali vivenciaram alguma experiência", afirmou o professor.
Indagado se há espaço apenas para centenárias e históricas construções nos processos de tombamento, o professor afirmou que essa mentalidade é caduca.
Segundo ele, a preservação e o tombamento do patrimônio histórico sofrem muito em razão da sustentação desse limite de entendimento. "Todos os bens produzidos pelo homem, de natureza material e imaterial, podem ser considerados um patrimônio cultural", afirmou o professor. (PG)


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