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Julho concentra mais da metade das vagas criadas no ano
Saldo de demissões e contratações com carteira nas dez maiores cidades da região ficou em 11.083 no mês passado
Ribeirão Preto criou 1.040 vagas; economistas dizem que, agora, a tendência é
que o nível de emprego se mantenha aquecido
Márcia Ribeiro/Folha Imagem
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Rogério Portela, contratado no mês passado após 6 meses de desemprego, opera empilhadeira
JEAN DE SOUZA
DA FOLHA RIBEIRÃO
O mês passado foi o melhor
julho da série histórica em criação
de empregos na região de
Ribeirão Preto, considerando o
total das dez maiores cidades.
A série começa em 1997, período
em que o Ministério do
Trabalho e Emprego passou a
divulgar as estatísticas do Caged
(Cadastro Geral de Empregados
e Desempregados).
No mês passado, 11.083 postos
de trabalhos foram abertos
nas dez cidades. Esse saldo representa
59% de todas as
18.737 vagas abertas neste ano.
O pior mês foi janeiro, com saldo
negativo de 1.890. Fevereiro
e março também registraram
mais demissões que contratações na
região.
O resultado de julho foi impulsionado
pela abertura de vagas
em Bebedouro e Matão. Das
dez grandes, só Barretos e Batatais
registraram resultado negativo no mês.
Em época de contratação para
a safra de laranja, Bebedouro
abriu 5.988 vagas e Matão,
2.723. Em Franca, o setor industrial
gerou 704 postos.
Maior economia da região,-
Ribeirão Preto teve saldo positivo
de 1.040 vagas, puxado
principalmente pelo setor de
serviços, que abriu 408 postos.
O operador de empilhadeira
Rogério Augusto Portela, 35, foi
um dos que conseguiram um
emprego em Ribeirão no mês
passado. Nos seis primeiros
meses deste ano, período em
que ficou desempregado, a crise
econômica foi a principal
justificativa que recebeu para
não ser contratado.
"O último trimestre do ano
passado foi de perdas, no primeiro
trimestre deste ano a
economia estava saindo do susto,
o segundo semestre foi zerado,
e agora está crescendo novamente",
disse o professor da
FEA-USP de Ribeirão Alberto
Borges de Mathias.
O aquecimento nos níveis de
emprego é atribuído por Mathias
à volta do crédito, irrigado
na economia principalmente
por meios dos bancos públicos,
e à boa cotação de commodities
como o açúcar, um dos principais produtos da
região.
Esse ciclo de consumo é
apontado por Rudinei Toneto
Júnior, também da FEA-USP
De Ribeirão, como um dos principais
fatores para o avanço na
geração de vagas.
Segundo ele, a ida às compras
aponta para a volta da confiança
do consumidor. A confiança
dos empresários, por sua vez,
ainda está em baixa, devido à
apreensão do primeiro semestre,
mas também já está em fase
de recuperação, diz Toneto.
De acordo coma supervisora
da Employer Rercursos Humanos
em Ribeirão, Ana Paula Pinheiro,
as ofertas de vagas aumentaram
devido à maior demanda
em vários setores da
economia.
A tendência nos próximos
meses, diz o economista Toneto,
é que o nível de emprego
acompanhe o crescimento econômico e
fique aquecido.
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