Ribeirão Preto, Quarta-feira, 19 de Agosto de 2009

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Julho concentra mais da metade das vagas criadas no ano

Saldo de demissões e contratações com carteira nas dez maiores cidades da região ficou em 11.083 no mês passado

Ribeirão Preto criou 1.040 vagas; economistas dizem que, agora, a tendência é que o nível de emprego se mantenha aquecido


Márcia Ribeiro/Folha Imagem
Rogério Portela, contratado no mês passado após 6 meses de desemprego, opera empilhadeira

JEAN DE SOUZA
DA FOLHA RIBEIRÃO

O mês passado foi o melhor julho da série histórica em criação de empregos na região de Ribeirão Preto, considerando o total das dez maiores cidades.
A série começa em 1997, período em que o Ministério do Trabalho e Emprego passou a divulgar as estatísticas do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).
No mês passado, 11.083 postos de trabalhos foram abertos nas dez cidades. Esse saldo representa 59% de todas as 18.737 vagas abertas neste ano. O pior mês foi janeiro, com saldo negativo de 1.890. Fevereiro e março também registraram mais demissões que contratações na região.
O resultado de julho foi impulsionado pela abertura de vagas em Bebedouro e Matão. Das dez grandes, só Barretos e Batatais registraram resultado negativo no mês. Em época de contratação para a safra de laranja, Bebedouro abriu 5.988 vagas e Matão, 2.723. Em Franca, o setor industrial gerou 704 postos.
Maior economia da região,- Ribeirão Preto teve saldo positivo de 1.040 vagas, puxado principalmente pelo setor de serviços, que abriu 408 postos.
O operador de empilhadeira Rogério Augusto Portela, 35, foi um dos que conseguiram um emprego em Ribeirão no mês passado. Nos seis primeiros meses deste ano, período em que ficou desempregado, a crise econômica foi a principal justificativa que recebeu para não ser contratado.
"O último trimestre do ano passado foi de perdas, no primeiro trimestre deste ano a economia estava saindo do susto, o segundo semestre foi zerado, e agora está crescendo novamente", disse o professor da FEA-USP de Ribeirão Alberto Borges de Mathias.
O aquecimento nos níveis de emprego é atribuído por Mathias à volta do crédito, irrigado na economia principalmente por meios dos bancos públicos, e à boa cotação de commodities como o açúcar, um dos principais produtos da região.
Esse ciclo de consumo é apontado por Rudinei Toneto Júnior, também da FEA-USP De Ribeirão, como um dos principais fatores para o avanço na geração de vagas.
Segundo ele, a ida às compras aponta para a volta da confiança do consumidor. A confiança dos empresários, por sua vez, ainda está em baixa, devido à apreensão do primeiro semestre, mas também já está em fase de recuperação, diz Toneto.
De acordo coma supervisora da Employer Rercursos Humanos em Ribeirão, Ana Paula Pinheiro, as ofertas de vagas aumentaram devido à maior demanda em vários setores da economia.
A tendência nos próximos meses, diz o economista Toneto, é que o nível de emprego acompanhe o crescimento econômico e fique aquecido.


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