|
Próximo Texto | Índice
Tribunal aceita recurso e efetiva 1.500 servidores
Funcionários não-concursados de Ribeirão corriam o risco de demissão
Irregularidade era questionada pelo TCE desde 1999; prefeitura argumentou que corte criaria problema social
JEAN DE SOUZA
DE RIBEIRÃO PRETO
A ameaça de corte da folha
de pagamento que assombrava 1.500 dos funcionários
e ex-servidores municipais
de Ribeirão Preto teve uma
reviravolta ontem, no TCE-SP
(Tribunal de Contas do Estado de São Paulo). Em vez da
exclusão, eles agora serão
efetivados.
Em fevereiro deste ano, o
tribunal paulista havia considerado irregular a contratação desses servidores, ocorrida em 1992, durante a terceira das cinco gestões de Welson Gasparini (PSDB).
A Constituição, promulgada em 1988, estabeleceu que
todo servidor público teria
que passar por concurso.
As exceções eram para
funcionários que trabalhavam há pelo menos cinco
anos na prefeitura naquela
época. Os servidores efetivados em Ribeirão tinham quatro anos de trabalho.
Feitas por meio de lei complementar municipal, as
contratações dos 1.500 contrariaram a Constituição. Essa incompatibilidade com o
texto constitucional vinha
sendo questionada pelo TCE
desde 1999. A decisão do tribunal em fevereiro refletia
essa posição.
Não foi aceito, à época, o
argumento de que os servidores não tiveram direito à
defesa individual e que as demissões trariam prejuízos sociais e econômicos à administração municipal.
Somente o prejuízo com
encargos trabalhistas com
esses cortes era estimado pela prefeitura, no recurso
apresentado em fevereiro,
em R$ 1 bilhão.
O recurso aceito pelos
membros do TCE teve foco,
segundo a prefeita Dárcy Vera (DEM), nas questões sociais que os cortes trariam à
administração e à cidade.
Dos contratados na década de 90, pelo menos 1.100
ainda desempenham alguma função na administração.
Representam 13% no quadro
de 8.800 servidores, segundo dados do ano passado.
Os outros 400 estão aposentados ou morreram -nesses casos, as famílias recebem pensão do fundo de previdência dos funcionários.
O vereador André Luiz da
Silva (PC do B), presidente da
Comissão de Estudos da Câmara que acompanhou o imbróglio, afirma que a decisão
do TCE traz tranquilidade aos
servidores, que estavam assustados com a possibilidade
de demissão.
"Também seria um prejuízo enorme para a cidade, iria
inviabilizar a capacidade da
administração municipal de
uma hora para outra", afirmou o vereador.
No anúncio da decisão aos
servidores, ontem à tarde, a
prefeita Dárcy Vera afirmou
que o recurso da prefeitura
conseguiu "reverter um recurso jurídico irreversível".
Próximo Texto: Ouvidor visita vítima de agressão por PM Índice
|