Ribeirão Preto, Quinta-feira, 19 de Agosto de 2010

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Ouvidor visita vítima de agressão por PM

Órgão apura a acusação de que 3 policiais de Sertãozinho espancaram rapaz que fugiu de uma blitz no trânsito

Família diz também ter sido agredida; apenas um sargento, dos três PMs, foi afastado das ruas após o ocorrido


Silva Junior/Folhapress
O ouvidor Luiz Gonzaga Dantas conversa com mãe e namorada de vítima na sala da OAB

HÉLIA ARAUJO
ENVIADA ESPECIAL A SERTÃOZINHO

A série de denúncias de abusos praticados por policiais militares de Sertãozinho levou ontem de volta para a cidade o ouvidor das polícias do Estado, Luiz Gonzaga Dantas. Foi a segunda visita em três meses.
Dantas foi ouvir pessoalmente uma suposta vítima de espancamento por policiais militares. O caso foi relatado para a Ouvidoria por integrantes da Comissão Teotônio Vilela de Direitos Humanos, de Ribeirão Preto.
Segundo a denúncia, no último dia 6, Ricardo Secco de Carvalho Helt, 25, fugiu de uma blitz porque não tinha carteira de habilitação. Quando parou em frente à sua casa, foi agredido por três policiais militares e depois foi preso-o nome dos PMs não foi divulgado.
Além dele, a namorada, Natércia Caroline Teodoro da Costa, 19, e o pai, Benedito Donizete, 46, também afirmam que foram espancados. O ouvidor pediu novamente o afastamento dos policiais envolvidos no caso e afirmou que vai oficiar as corregedorias das polícias Civil e Militar, além de pedir ao Ministério Público Estadual que indique um promotor para acompanhar o caso.
Dantas e o ouvidor-adjunto, Júlio César Fernandes Neves, foram ontem ao CDP (Centro de Detenção Provisória) de Serra Azul, ao lado do padre Agostinho Duarte de Oliveira, da comissão, para ouvir o rapaz.
"Ele confirmou as agressões e disse que sua prisão foi forjada, já que não tinha drogas e armas. Se esse fato se confirmar, a situação é preocupante", disse Dantas.
Para a família de Helt, a visita do ouvidor trouxe a esperança de que o caso não deve ficar impune.
"Meu marido até hoje reclama de dores pelo corpo por causa das agressões que sofreu. Sem falar que meu filho está preso injustamente", disse Cleonice Helt, 52.
A capitã da PM Silvana Helena Sozza disse que um inquérito policial militar foi aberto para investigar internamente as denúncias. Um dos policiais, que é sargento e comandava a equipe, foi afastado das ruas. Sozza não soube informar se os outros dois PMs foram afastados.
Apesar de fugir da alçada da ouvidoria, o corregedor-adjunto disse que está acompanhando o caso de suposto abuso no treinamento de vigilantes para escolas de Sertãozinho por Guardas Civis Municipais -revelado com exclusividade pela Folha.
"O que ocorreu naquele treinamento foram táticas de guerra, o que não tem relação com o trabalho que os vigilantes iriam praticar."


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