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Número de motociclistas feridos sobe 19%
Dados se referem à comparação entre o trimestre julho-setembro deste ano, em plena lei seca, com mesmo período de 2007
Para especialista, explosão da frota, imprudência do motociclista e letalidade maior em motos explicam
o aumento constante
LUCAS REIS
DA FOLHA RIBEIRÃO
Mesmo em tempos de lei seca no trânsito, os acidentes envolvendo motociclistas continuam aumentando neste ano
na região de Ribeirão Preto, na
comparação com os mesmos
meses do ano anterior, como
demonstram os dados sobre internações de acidentados nos
hospitais públicos.
No trimestre julho, agosto e
setembro, os três primeiros
meses pós-lei seca, o total de feridos em acidentes de trânsito
na região -inclui vítimas de
atropelamento, ciclistas, motoristas e motociclistas- caiu
17,8% em relação ao mesmo período do ano passado (612 contra 745), mas o de feridos só em
acidentes de motos aumentou
19,7%. No ano passado, 288
motocliclistas foram parar nos
hospitais devido a acidentes de
trânsito no trimestre analisado. Neste ano, foram 345.
O total de motociclistas internados em hospitais do SUS
também cresceu no Estado no
trimestre entre julho e setembro deste ano, na comparação
com o mesmo período de 2007.
Foram 3.425 contra 3.685, um
aumento de 7,59%.
Os dados são do Ministério
da Saúde e se referem aos pacientes atendidos em hospitais
do SUS nos quatro DRS (Departamento Regional de Saúde) da região: Ribeirão, Franca,
Araraquara e Barretos.
"A venda de motos explodiu
[em Ribeirão, por exemplo, a
frota de motos aumentou 11,9%
em relação a 2007], a maioria
dos motociclistas segue pilotando com imprudência e os
acidentes com motos são os
mais letais", disse o engenheiro
José Bernardes Felex, especialista em transporte da USP de
São Carlos.
Esses três fatores, segundo
ele, fazem com que o número
de acidentes envolvendo motos
não pare de aumentar. Porém,
Felex afirma que a lei seca talvez não tenha atingido os motociclistas. "A maior parte dos
acidentes envolvendo motos
acontece no horário comercial,
ou seja, provavelmente não
tem relação com bebida."
A PM discorda e diz que é
grande o número de acidentes
envolvendo motociclistas alcoolizados. "E para piorar, nos
acidentes de moto na qual o
condutor estava embriagado,
as lesões são mais graves. Esses
acidentes são mais comuns nos
finais de semana", disse o capitão da PM Vagner Barato.
Segundo Barato, a maioria
dos casos ocorre no horário comercial pois é quando há mais
motos circulando.
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