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Foco
"Moto, nunca mais", diz vigilante depois de quase perder perna em acidente
DA FOLHA RIBEIRÃO
O vigilante Washington
Luís Rodrigues dos Santos,
31, já decidiu: vai vender suas
duas motos e comprar um
carro. Motivo: acidente. No
final de agosto, enquanto pilotava sua CG Titã perto do
campus da USP, em Ribeirão,
ele foi atingido por um carro.
Sofreu uma fratura exposta
na perna esquerda, que lhe
"deixou de molho" por 48
dias, correndo o risco -já
afastado- de ter que amputar
a perna. "Por mim, nunca
mais piloto uma moto", disse
o vigilante, que ainda se recupera com fisioterapia.
"Fraturei a tíbia, quase perdi minha perna e ainda tenho
muito tempo de recuperação.
Foi meu primeiro acidente e,
se Deus quiser, o último", disse. "Tenho duas motos: vou
vender as duas, fazer um esforço e comprar um carro.
Moto, não dá mais", afirmou
o vigilante, em entrevista na
fisioterapia do Hospital das
Clínicas.
Segundo Luimar Paes
Heck, engenheiro civil e especialista em trânsito do Centro
Universitário Moura Lacerda, o aumento dos acidentes é
preocupante. "A gente não vê
diminuição nesses números.
Há muitos motociclistas imprudentes, apressados, que
cortam veículos, passam pelos corredores", disse.
Santos concorda. "Eu já vi
muitos acidentes, inclusive
de amigos. A maioria dos motoqueiros é mesmo imprudente. Mas os motoristas de
carros também não costumam respeitar as motos, como no meu caso."
Para Paes Heck, o total de
acidentes deverá subir até o
fim do ano. "Aquela fase do
susto já passou. Muito se falou sobre a lei seca quando ela
foi lançada, mas agora a tendência é que os motoristas relaxem", disse o especialista.
"A solução é a educação no
trânsito. Mas tem que ser algo
que comece agora, para fazer
efeito a longo prazo. Mas, de
imediato, o jeito é intensificar
a fiscalização", disse.
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