Ribeirão Preto, Quarta-feira, 19 de Novembro de 2008

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"Moto, nunca mais", diz vigilante depois de quase perder perna em acidente

DA FOLHA RIBEIRÃO

O vigilante Washington Luís Rodrigues dos Santos, 31, já decidiu: vai vender suas duas motos e comprar um carro. Motivo: acidente. No final de agosto, enquanto pilotava sua CG Titã perto do campus da USP, em Ribeirão, ele foi atingido por um carro.
Sofreu uma fratura exposta na perna esquerda, que lhe "deixou de molho" por 48 dias, correndo o risco -já afastado- de ter que amputar a perna. "Por mim, nunca mais piloto uma moto", disse o vigilante, que ainda se recupera com fisioterapia.
"Fraturei a tíbia, quase perdi minha perna e ainda tenho muito tempo de recuperação. Foi meu primeiro acidente e, se Deus quiser, o último", disse. "Tenho duas motos: vou vender as duas, fazer um esforço e comprar um carro. Moto, não dá mais", afirmou o vigilante, em entrevista na fisioterapia do Hospital das Clínicas.
Segundo Luimar Paes Heck, engenheiro civil e especialista em trânsito do Centro Universitário Moura Lacerda, o aumento dos acidentes é preocupante. "A gente não vê diminuição nesses números. Há muitos motociclistas imprudentes, apressados, que cortam veículos, passam pelos corredores", disse.
Santos concorda. "Eu já vi muitos acidentes, inclusive de amigos. A maioria dos motoqueiros é mesmo imprudente. Mas os motoristas de carros também não costumam respeitar as motos, como no meu caso."
Para Paes Heck, o total de acidentes deverá subir até o fim do ano. "Aquela fase do susto já passou. Muito se falou sobre a lei seca quando ela foi lançada, mas agora a tendência é que os motoristas relaxem", disse o especialista.
"A solução é a educação no trânsito. Mas tem que ser algo que comece agora, para fazer efeito a longo prazo. Mas, de imediato, o jeito é intensificar a fiscalização", disse.


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