|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Desemprego eleva a criminalidade
da enviada especial
O aumento do desemprego e
agravamento da crise na cidade
são apontados como os fatores responsáveis pelo aumento de 300%
no número de homicídios nos dois
últimos anos.
De acordo com levantamento da
Polícia Militar, em 97 foram registrados dois homicídios. Já no ano
passado, esse número subiu para
oito. Em 94, aconteceram quatro
assassinatos em Matão.
As ocorrências de roubos dobraram de um ano para outro. Em 97
foram 30 roubos, contra 63 do ano
passado.
Como roubo, entende-se a subtração de bens sob ameaça de violência. Já o número de furtos
-sem violência- praticamente
manteve-se estável nos últimos
dois anos. Em 97 foram registrados
740 furtos, sete a menos do que no
ano passado.
De acordo com o delegado Alfredo Gagliano Júnior, a maior parte
dos homicídios está relacionada
com o tráfico de drogas. "São, geralmente, acertos de contas."
Segundo ele, as ocorrências que
mais têm aumentado são brigas de
casal e embriaguez. "Como a situação econômica está difícil, o sujeito bebe, chega em casa e acaba discutindo com a mulher. Esse é o caso mais comum hoje em dia."
Gagliano Júnior afirmou ainda
que, por causa da crise, a tendência
é que a criminalidade aumente.
"Não há grandes perspectivas de
melhoras porque não estão sendo
criados novos empregos", disse.
Efeito cascata
Para o presidente do Sindicato
dos Servidores, Marcos Antonio
de Oliveira Santos, as demissões
no serviço público municipal acabam afetando todos os setores da
economia da cidade.
"Sem dinheiro circulando no
mercado, o comércio deixa de vender e as indústrias diminuem ainda mais a produção. Acaba sendo
um beco sem saída."
O presidente do Sindicato dos
Metalúrgicos de Matão, Aparecido
Ferrari, concorda com Santos.
Segundo Ferrari, os trabalhadores das metalúrgicas que foram demitidos dificilmente serão absorvidos por outros setores.
"Ninguém está contratando nesta época", afirma.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|