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ALAGADOS 2
Plano de contenção às cheias em Ribeirão começou a ser preparado em 84 e só agora é apresentado ao Daee
Projeto leva 15 anos para deixar gaveta
da Folha Ribeirão
O projeto que prevê a construção
de barragens no ribeirão Preto e
nos córregos Serraria e Monte Alegre demorou 15 anos para "sair da
gaveta" e só agora será apresentado ao Daee (Departamento de
Águas e Energia Elétrica do Estado
de São Paulo) para ser analisado.
O pedido de verbas para o início
das obras de contenção de enchentes irá passar agora pelo governo
do Estado, pelo Senado e pelos
fundos internacionais para, só depois, a construção poder se iniciar.
O projeto foi iniciado em 1984
pelo Daee, com a contratação de
empresas de São Paulo para realizar estudos.
Dois anos depois, ele foi entregue
à prefeitura e, só no ano passado,
foi finalizado, de acordo com o diretor de divisão do Daee em Ribeirão Preto, Mário Leopoldo do Nascimento Silva.
"Ele é apenas uma parte de um
conjunto de obras que terão de ser
feitas para acabar de vez com o
problema das enchentes", disse
Silva, que também é o coordenador da Comissão de Enchentes
criada pela Prefeitura de Ribeirão
há cerca de um mês.
De acordo com o projeto, as barragens serão construídas em áreas
da zona rural e a prefeitura terá de
arcar com as desapropriações.
O projeto, orçado em cerca de R$
12 milhões, também prevê o alargamento das calhas e uma reforma
no canal do ribeirão Preto, incluindo a construção de novas pontes.
Segundo o secretário do Planejamento e Gestão Ambiental, José
Américo Rubiano, as obras deverão durar pelo menos seis meses.
"A maior parte das construções
terá de ser feita fora da época das
chuvas", disse Rubiano.
Outra prioridade para a prefeitura é a construção de "piscinões"
(locais em que a água da chuva fica
armazenada, evitando enchentes)
em vários locais do córrego do Retiro Saudoso, que corta a avenida
Francisco Junqueira.
"Ainda não temos um projeto
pronto sobre a construção de piscinões, mas, logo no final do mês,
estaremos com uma equipe empenhada em realizar estudos neste
sentido para saber qual é o preço
dessas obras e quantas serão necessárias", afirmou Rubiano.
Para o superintendente do Daee,
José Bernardo Ortiz, uma das principais dificuldades para o fim das
enchentes em Ribeirão Preto é a localização dos pontos de risco.
"Os loteamentos da Vila Virgínia
não poderiam ter sido feitos naquele local, que fica abaixo da cota
de enchentes. O mesmo ocorre
com a Francisco Junqueira, cujas
casas próximas deveriam ter uma
área maior de recuo."
De acordo com o geólogo e consultor de engenharia ambiental
Nariaqui Cavaguti, os novos loteamentos precisam ter a aprovação
de todas as áreas da prefeitura para
que não corram o risco de se tornar
pontos de enchentes.
"Cada loteamento deveria ter pelo menos de 5% a 10% de área verde para facilitar a infiltração da
água e com uma boa rede de drenagem pluvial", disse.
(ALESSANDRO BRAGHETO)
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