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Nova favela surge em área da Via Norte, em Ribeirão
Ocupação irregular fica ao lado da favela da Várzea, onde há processo de urbanização
Cinco novos barracos foram erguidos em área de preservação permanente; Cohab diz que vai avaliar situação das famílias
Edson Silva/Folha Imagem
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A dona de casa Rosa Madalena Santos, em um dos barracos erguidos ao lado da favela da Várzea
DA FOLHA RIBEIRÃO
Uma nova favela está surgindo na Via Norte, justamente em
área vizinha à favela da Várzea,
alvo de projeto de urbanização.
A Folha esteve no local e encontrou cinco novos barracos.
Há um mês, a Prefeitura de Ribeirão apresentou à Promotoria da Habitação o projeto de
urbanização da favela.
A dona-de-casa Rosa Madalena Oliveira Santos mora em
um dos barracos irregulares.
Construídos com pedaços de
madeira, placa e plástico, os
barracos não têm nenhuma infraestrutura. "A Guarda Municipal esteve aqui no começo,
pegou no pé, mas fizeram um
cadastro e deixaram a gente ficar", disse Santos.
Rodrigo Arenas, presidente
da Cohab (Companhia Habitacional Regional de Ribeirão
Preto), confirmou que se trata
de uma nova favela -a cidade
tem outras 33. "Aquela é uma
área de preservação permanente, com risco de enchente. Uma
chuva mais forte ocasionaria
problemas", afirmou.
O superintendente da GCM
(Guarda Civil Municipal) de Ribeirão, André Tavares, confirmou que esteve na área, mas
disse que, quando há moradores, não pode intervir. "Nós cadastramos as famílias e enviamos à Secretaria de Governo
para que depois se peça reintegração de posse da área."
Por enquanto, a prefeitura
não sabe qual o perfil das famílias que ocupam o local. Segundo o presidente da Cohab, a Secretaria de Assistência Social
vai avaliar a condição social e
econômica dos moradores, que
podem ser incluídos no projeto
de desfavelamento da Várzea.
O juiz da 2ª Vara da Fazenda
de Ribeirão, João Agnaldo Donizeti Gandini, coordenador do
programa Moradia Legal, esteve ontem no local e disse que
irá visitar todas as famílias na
próxima semana.
"Aquelas pessoas estão vivendo em situação muito precária. Vamos fazer um levantamento para saber de onde elas
vêm, como podemos ajudá-las.
Um médico não dá o remédio
sem antes fazer um diagnóstico
e é isso que nós pretendemos
fazer", disse Gandini.
Em Ribeirão, existem 33 favelas, onde vivem 18 mil pessoas, segundo levantamento da
Secretaria de Planejamento e
Gestão Pública realizado em
2007 -já há estimativas de que
o número chega a 21 mil.
No caso da favela da Várzea, a
prefeitura apresentou projeto à
Promotoria da Habitação e ao
governo federal para construir
casas e apartamentos no local,
onde viviam 150 famílias na
ocasião do cadastro.
A urbanização da favela da
Várzea, assim como como a da
favela das Mangueiras, foi uma
exigência da Justiça, que não
admite mais recurso.
Também existem processos
tramitando pela urbanização
da favelas dos jardins Aeroporto e Zara e parte do complexo
de favelas do Simioni.
(VERIDIANA RIBEIRO E EDSON SILVA)
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