Ribeirão Preto, Quinta-feira, 21 de Maio de 2009

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Nova favela surge em área da Via Norte, em Ribeirão

Ocupação irregular fica ao lado da favela da Várzea, onde há processo de urbanização

Cinco novos barracos foram erguidos em área de preservação permanente; Cohab diz que vai avaliar situação das famílias


Edson Silva/Folha Imagem
A dona de casa Rosa Madalena Santos, em um dos barracos erguidos ao lado da favela da Várzea

DA FOLHA RIBEIRÃO

Uma nova favela está surgindo na Via Norte, justamente em área vizinha à favela da Várzea, alvo de projeto de urbanização. A Folha esteve no local e encontrou cinco novos barracos. Há um mês, a Prefeitura de Ribeirão apresentou à Promotoria da Habitação o projeto de urbanização da favela.
A dona-de-casa Rosa Madalena Oliveira Santos mora em um dos barracos irregulares. Construídos com pedaços de madeira, placa e plástico, os barracos não têm nenhuma infraestrutura. "A Guarda Municipal esteve aqui no começo, pegou no pé, mas fizeram um cadastro e deixaram a gente ficar", disse Santos.
Rodrigo Arenas, presidente da Cohab (Companhia Habitacional Regional de Ribeirão Preto), confirmou que se trata de uma nova favela -a cidade tem outras 33. "Aquela é uma área de preservação permanente, com risco de enchente. Uma chuva mais forte ocasionaria problemas", afirmou.
O superintendente da GCM (Guarda Civil Municipal) de Ribeirão, André Tavares, confirmou que esteve na área, mas disse que, quando há moradores, não pode intervir. "Nós cadastramos as famílias e enviamos à Secretaria de Governo para que depois se peça reintegração de posse da área."
Por enquanto, a prefeitura não sabe qual o perfil das famílias que ocupam o local. Segundo o presidente da Cohab, a Secretaria de Assistência Social vai avaliar a condição social e econômica dos moradores, que podem ser incluídos no projeto de desfavelamento da Várzea.
O juiz da 2ª Vara da Fazenda de Ribeirão, João Agnaldo Donizeti Gandini, coordenador do programa Moradia Legal, esteve ontem no local e disse que irá visitar todas as famílias na próxima semana.
"Aquelas pessoas estão vivendo em situação muito precária. Vamos fazer um levantamento para saber de onde elas vêm, como podemos ajudá-las. Um médico não dá o remédio sem antes fazer um diagnóstico e é isso que nós pretendemos fazer", disse Gandini.
Em Ribeirão, existem 33 favelas, onde vivem 18 mil pessoas, segundo levantamento da Secretaria de Planejamento e Gestão Pública realizado em 2007 -já há estimativas de que o número chega a 21 mil.
No caso da favela da Várzea, a prefeitura apresentou projeto à Promotoria da Habitação e ao governo federal para construir casas e apartamentos no local, onde viviam 150 famílias na ocasião do cadastro.
A urbanização da favela da Várzea, assim como como a da favela das Mangueiras, foi uma exigência da Justiça, que não admite mais recurso.
Também existem processos tramitando pela urbanização da favelas dos jardins Aeroporto e Zara e parte do complexo de favelas do Simioni.
(VERIDIANA RIBEIRO E EDSON SILVA)


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