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Na região, comissionados "dominam" os Legislativos
Empregados por indicação política são maioria nas Câmaras de 37 cidades
Em Ribeirão, 83,4% dos servidores da Casa são cargos comissionados; Tribunal de Contas fala em "aparelhamento"
ARARIPE CASTILHO
DE RIBEIRÃO PRETO
Funcionários comissionados -empregados por indicação política e sem concurso- correspondem a 50% ou
mais do quadro de servidores
em 37 Câmaras Municipais
da região de Ribeirão Preto.
Isso significa que a contratação de apadrinhados de vereadores tem sido regra e não
exceção, como preconiza a
Constituição Federal.
Segundo levantamento do
TCE (Tribunal de Contas do
Estado), há cidades em que
os comissionados ocupam
100% dos cargos.
É o caso, da Câmara de
Pradópolis, onde nenhum
dos 18 servidores é concursado. Em Ribeirão, indicações
ocupam 83,4% dos cargos.
"É um aparelhamento da
máquina. Em última análise,
é a nomeação de cabos eleitorais pagos com dinheiro
dos cofres públicos", disse o
substituto de conselheiro do
TCE Marcos Renato Böttcher.
Ele determinou em 2009 a
realização do levantamento.
O estudo baseia decisões como a de julho deste ano, que
determinou redução do número de comissionados na
Câmara de Ribeirão.
"O que a gente nota é que
boa parte das Câmaras têm
elevado o número de funcionários e inchado o quadro de
pessoal, em via de regra, com
cargos em comissão." Nas 89
cidades da região, existem
724 comissionados (52,1%) e
665 efetivos.
Ribeirão tem até dezembro
para finalizar um estudo de
reestruturação do quadro.
"Ao finalizar esse procedimento, a Casa terá de informar ao Tribunal, justificando
a necessidade de cada cargo", afirmou Böttcher.
Em auditoria na Câmara
de Ribeirão, em 2009, o TCE
constatou falta de 71 indicados. As faltas foram consideradas "normais" pelo presidente Cícero Gomes da Silva
(PMDB), mas para o TCE os
cargos não obedecem a lei.
Pela Constituição Federal,
os cargos devem se restringir
a funções de chefia, direção
ou assessoramento.
Na Câmara de Pradópolis,
o presidente Osmar Mesquita
Ramos (DEM) afirmou que
recebeu "recomendação" do
TCE para reduzir comissionados, mas que a tarefa ficará
para o próximo que ocupar a
presidência, a partir de 2011.
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