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Boom imobiliário em Ribeirão está acabando, diz setor
Ritmo dos lançamentos cai e preço de terrenos que foram supervalorizados por construtoras começa a voltar ao normal
Para diretor do Sinduscon, mesmo antes da crise já havia sinais de que estava ocorrendo um excesso
de oferta no mercado
DA FOLHA RIBEIRÃO
O "boom imobiliário" que
efervesceu Ribeirão Preto nos
últimos dois anos está chegando ao fim. O ritmo de lançamentos de novos empreendimentos caiu drasticamente, o
valor de terrenos e apartamentos, que foram supervalorizados, está voltando ao normal, e
as grandes construtoras da capital que invadiram a cidade
iniciam processo de recuo.
O diagnóstico é de especialistas do setor imobiliário ouvidos
pela Folha. Para eles, o cenário
"está voltando ao normal". "O
mercado está caindo na realidade. As construtoras estão
percebendo que a demanda em
Ribeirão chega ao fim", disse
Sinésio Donizetti Nunes Rodrigues, delegado regional do
Creci (Conselho Regional de
Corretores de Imóveis) em Ribeirão Preto.
Uma das causas principais
do esfriamento do setor foi a
crise mundial. Conforme a Folha mostrou há pouco mais de
um mês, lançamentos de novos
condomínios residenciais vêm
sendo adiados na cidade desde
o fim de 2008.
Entretanto, para José Batista
Ferreira, diretor regional do
Sinduscon (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo), o setor já
demonstrava que estava em
processo de desaceleração antes mesmo da chegada da crise.
"Antes da crise já havia sinais
de que estava ocorrendo um excesso de oferta. O sinal amarelo
já estava aceso, principalmente
nas faixas superiores de imóveis", disse.
O vice-presidente estadual
do Creci, Walter Alves de Oliveira, concorda. "Lá atrás, eu
chamei este "boom" de "bolha
imobiliária". Ela não tinha consistência. O ritmo de lançamentos estava alucinado, mas o
número de habitantes não
cresce na mesma velocidade
dos investidores e de seus lançamentos", disse.
"O preço dos terrenos está
voltando ao normal. Aquele
"boom" inflacionou tudo, mas
agora parece que a situação está voltando ao patamar que estava antes", disse Antonio Carlos Maçonetto, coordenador
do Grupo Setorial das Imobiliárias da ACI-RP (Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto).
O excesso de ofertas faz com
que as construtoras "forasteiras" comecem a recuar. "Muitas já estão vendendo terrenos
e indo embora", disse Oliveira.
(LUCAS REIS)
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