Ribeirão Preto, Quinta-feira, 22 de Junho de 2000


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TRAGÉDIA
Profissionais liberais e empresários de Ribeirão Preto morrem em queda de avião; localização ocorre após 52 h
Polícia acha 6 corpos em serra do MS

Edson Silva/Folha Imagem
O piloto Arnaldo Boareto, amigo de Arlindo Medeiros, junto a avião Seneca, idêntico ao que caiu


DA FOLHA RIBEIRÃO

O grupo de salvamento da Aeronáutica localizou ontem à tarde na serra de Maracaju, no Mato Grosso do Sul, os corpos das seis pessoas de Ribeirão -quatro profissionais liberais, um empresário e o piloto- que estavam a bordo do Seneca, prefixo PT-RGE. O avião estava desaparecido desde a manhã de segunda.
Os corpos foram achados junto com os destroços da aeronave, que colidiu contra árvores na serra, uma área a 50 km do aeroporto de Coxim (MS).
Ao todo, entre o último contato e a localização, foram 52 horas. As causas do acidente serão investigadas, mas a hipótese mais provável é que o mau tempo tenha atrapalhado o piloto.
O grupo era formado por Valdir Valim, Ricardo Costacurta, Antônio Virgílio Montovani, José Hebert Faleiros, Cristiano Prata Laterza e pelo piloto Arlindo Medeiros.
Eles vinham de um hotel fazenda na região do Pantanal, para onde voaram na última quinta, com destino a Ribeirão Preto.
De acordo com a Polícia Civil de Coxim, três corpos estavam carbonizados. As demais vítimas foram arremessadas para longe.
Por causa da força do impacto, os legistas do IML (Instituto Médico Legal) estavam encontrando dificuldade no trabalho de identificação dos passageiros.
No final da tarde de ontem, os corpos foram levados para a sede da fazenda Xavantes, onde os técnicos do IML estavam elaborando os laudos e iriam preparar os corpos para o traslado.
Até o início da noite de ontem, a polícia de Coxim e o comando da Aeronáutica não tinham previsão de quando os corpos deveriam ser liberados e transferidos para Ribeirão Preto.
"Como o reconhecimento terá que ocorrer por meio da arcada dentária, estamos tentando fazer a identificação aqui em Ribeirão", disse Ederson Valim, filho de uma das vítimas.

Causa
O Serac 4 (Serviço Regional de Aviação Civil), órgão do DAC (Departamento de Aviação Civil), irá investigar as causas do acidente.
De acordo com o DAC, o avião estava registrado no nome do empresário Achilles Scatena Simioni e a vistoria obrigatória estava dentro do prazo de validade.
O tenente da Aeronáutica Alexis Posenato afirmou que ainda não é possível detectar os motivos que causaram o acidente.
"Tudo vai depender do resultado da perícia que será feita no local e nos destroços do avião", disse Posenato ontem à Folha.
Ele afirmou que, no dia do acidente, o céu estava nublado na região, o que poderia ter atrapalhado a visão do piloto.
"Na segunda, o céu estava encoberto e o aeroporto chegou a fechar por falta de visibilidade."
A Folha apurou que o outro avião do grupo, que saiu depois da aeronave acidentada, teve que fazer um pouso de emergência.
A aeronave, que deveria ter chegado ao aeroporto de Coxim às 13h de segunda para reabastecimento, só pousou às 17h. (ANGELO SASTRE E ALESSANDRO BONASSOLI)

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