Ribeirão Preto, Sábado, 22 de Novembro de 2008

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Crise econômica já afetou citricultura, dizem produtores

Segundo o presidente do Sindicato Rural de Taquaritinga, só 50% dos contratos para a safra de 2009 foram firmados

Associação Brasileira de Citricultores afirma que indústria pertencente ao grupo Votorantim ainda não renovou contratos

VERIDIANA RIBEIRO
DA FOLHA RIBEIRÃO

A crise econômica internacional já afetou a citricultura na região central do Estado, derrubando o preço da terra, aumentando o preço de defensivos agrícolas -negociados em dólar- e freando a assinatura de contratos futuros com as indústrias de suco.
As informações são de produtores de laranja. Segundo Marco Antonio dos Santos, produtor e presidente do Sindicato Rural de Taquaritinga, uma das principais regiões citricultoras de São Paulo, só 50% dos contratos para a safra de 2009, que começa em junho, já foram firmados. Em 2007, segundo Santos, 80% dos contratos para a safra deste ano já haviam sido fechados com as indústrias nesta época.
"Nós não sabemos qual vai ser o tamanho da safra em 2009, não dá para prever. Das indústrias, só a Cutrale fechou contratos, nenhuma outra está procurando os produtores."
De acordo com Flávio Viegas, presidente da Associtrus (Associação Brasileira de Citricultores), o setor já sofre prejuízos desde o início desta década. Entretanto, com a crise, a Citrovita, pertencente ao Grupo Votorantim, deixou de procurar os produtores para renovar os contratos de compra para o ano que vem.
"Com as perdas que a Votorantim teve, a Citrovita, que disputa a liderança do mercado com a Cutrale, deixou de procurar os produtores para comprar, desfavorecendo a disputa por esse mercado", disse.
No início de outubro, o Grupo Votorantim admitiu ter perdido cerca de R$ 2,2 bilhões em operações no mercado financeiro. Nesta semana, a Folha procurou a assessoria de imprensa do grupo, mas foi informada de que a indústria não iria comentar o assunto.
Ainda segundo o presidente da Associtrus, a expectativa para o fim desta safra, em janeiro, já é inferior à previsão feita em junho. "Tínhamos uma previsão de produção de 360 milhões de caixas no país, mas devemos fechar a safra com 300 milhões", disse Viegas.
Além da crise econômica, dizem os produtores, a falta de chuvas nos meses de setembro e outubro prejudicou o desenvolvimento da fruta neste ano.


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