Ribeirão Preto, Quinta-feira, 23 de Abril de 2009

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Outro lado

Ubiali diz não ver nenhuma imoralidade

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA RIBEIRÃO

Recordista na região na distribuição de passagens a parentes e assessores para viagens ao exterior, o deputado Marco Aurélio Ubiali afirmou que não vê nenhuma imoralidade em viajar ao exterior acompanhado da mulher e dos filhos, já que o trabalho do parlamentar é exercido em tempo integral e não se resume às atividades em Brasília. "É como se dissessem que minha família não pode entrar no meu apartamento funcional em Brasília", disse.
Ubiali afirmou ainda que o uso das passagens era considerado legal. Questionado sobre a moralidade do ato, já que usou dinheiro público para atividades privadas, o socialista respondeu que essa era uma "orientação" das antigas mesas da Câmara.
"Hoje, olhando por esse ponto de vista que está sendo apontado pela imprensa, talvez possa ser considerado errado. Mas antes não havia essa discussão", disse.
O clima na Câmara, ontem, segundo Ubiali, era de surpresa com a repercussão dos gastos com passagens. "Isso é feito há 40 anos. Era considerado normal".
O tucano Lobbe Neto afirmou ter usado apenas as milhagens a que tinha direito para pagar as passagens da filha e da mulher ao Chile. As taxas de embarque, que segundo o próprio deputado foram pagas com recursos de sua cota parlamentar, foram cobradas indevidamente.
Ele disse ter visto inconsistências no levantamento do Congresso em Foco. Para Lobbe Neto, "não havia nada de errado" na utilização das passagens. Como exemplo da conduta, ele citou o presidente da Câmara, Michel Temer, que tinha classificado como legal o uso das passagens mesmo por parentes.
Incluído na lista do Congresso em Foco por causa de uma viagem a Frankfurt, o deputado Duarte Nogueira afirmou ter usado as passagens em uma missão oficial ao Parlamento Europeu, em Bruxelas. Segundo ele, a viagem foi feita entre os dias 3 e 8 de maio de 2008, com o objetivo de participar de um debate sobre o uso e produção de biocombustíveis.
Nogueira disse que a viagem foi autorizada pela Câmara, mas a instituição não pagou a viagem. Por isso, foi usada a cota parlamentar de passagens. O deputado de Ribeirão afirmou nunca ter emitido bilhetes para viagens de parentes ou amigos, e declarou ser a favor de mais transparência nos gastos de todas as esferas da administração pública.


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