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Cidade pequena lidera alta populacional
Entre 2000 e 2009, municípios pequenos foram os que mais cresceram na região de Ribeirão, apontam dados do IBGE
No total, a região ganhou 344 mil habitantes, o que equivale à população de Franca, segunda maior localidade regional
LUCAS REIS
ENVIADO ESPECIAL A LUIZ ANTÔNIO
Em menos de uma década, a
região de Ribeirão ganhou, em
termos populacionais, uma nova Franca. Mas não foram os
grandes municípios que apresentaram os maiores crescimentos demográficos. Das dez
cidades que mais cresceram
entre 2000 e 2009, nenhuma
tem mais de 40 mil habitantes.
É o que mostra levantamento
feito pela Folha com base em
estimativas populacionais do
IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística) divulgadas ano a ano -a última pesquisa, referente aos dados de
2009, foi divulgada há dez dias.
Proporcionalmente, Luiz
Antônio foi o município que
passou pelo maior crescimento
habitacional na região: entre
2000 e 2009, ganhou 4.008 habitantes. Pode parecer pouco,
mas a variação é de 50,63%. Seria como se Ribeirão Preto, em
dez anos, tivesse passado de
478 mil para 720 mil habitantes. No entanto Ribeirão cresceu "apenas" 17,6%, de 478.637
para os atuais 563.107 moradores (veja quadro ao lado).
"Houve uma época que falavam que Ribeirão era a Califórnia Brasileira. Acho que aconteceu algo parecido em Luiz
Antônio. Aqui há uma vida social diferente, com boa qualidade de vida. Isso deve ter atraído
muita gente", disse o prefeito
Zezinho Rosatti (PTB), que iniciou neste ano seu segundo
mandato -o primeiro foi de
2001 a 2004.
Vizinha de Ribeirão, Jardinópolis ficou em segundo lugar
no ranking regional. Avançou
47,7%, o equivalente a 12.117
novos moradores. No período,
foi como se uma Patrocínio
Paulista passasse a fazer parte
da pequena Jardinópolis.
"Nós estamos a 20 quilômetros de Ribeirão, sem pedágio.
Nos últimos dez anos foram
lançados vários loteamentos na
cidade. Ou seja, muitas pessoas
continuam trabalhando em Ribeirão, mas morando em Jardinópolis", disse o prefeito José
Jacomini (PPS).
Para Wagner Silveira, coordenador de divulgação do censo do IBGE de São Paulo, os argumentos de ambos os prefeitos são os mesmos para explicar um fenômeno comum no
Estado: aumento populacional
em municípios pequenos.
"Cidades menores significam custos menores de moradia. Muita gente opta por fixar
residência em cidades menores
próximas a grandes centros, seja pelo custo menor, seja por
uma melhor qualidade de vida", disse o coordenador, que
aponta outras vantagens de se
morar nas chamadas cidades-satélite. "Antigamente, o transporte entre cidades pequenas
era complicado. Hoje é bem
mais simples, eficiente", disse.
A oportunidade de crescimento motivou o comerciante
Luís Fernando Amorozo, 43, a
deixar Cravinhos para tentar a
sorte em Luiz Antônio há quatro anos. "Deu certo. Eu passei
por aqui, notei este bairro novo, crescendo, e decidi arriscar
e trazer minha família inteira
para cá", disse Amorozo, que
não pensa em voltar.
Mas não só de crescimento
vivem os municípios da região.
Das 89 cidades da região, 13
"encolheram". Quem lidera a
lista é Cajobi, que viu sua população cair de 11.432 para 10.009
habitantes -recuo de 12,4%.
Para o prefeito de Cajobi,
Dorival Sandrini (PTB), a queda é inexistente. "Tenho absoluta certeza de que a população
de Cajobi é maior que 12 mil
habitantes. Vamos fazer um
censo próprio para provar isso", afirmou o prefeito.
No entanto censo mesmo, do
IBGE, será realizado em 2010.
Segundo o instituto, a contagem casa a casa começará em
agosto do ano que vem.
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