Ribeirão Preto, Domingo, 23 de Agosto de 2009

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Cidade pequena lidera alta populacional

Entre 2000 e 2009, municípios pequenos foram os que mais cresceram na região de Ribeirão, apontam dados do IBGE

No total, a região ganhou 344 mil habitantes, o que equivale à população de Franca, segunda maior localidade regional

LUCAS REIS
ENVIADO ESPECIAL A LUIZ ANTÔNIO

Em menos de uma década, a região de Ribeirão ganhou, em termos populacionais, uma nova Franca. Mas não foram os grandes municípios que apresentaram os maiores crescimentos demográficos. Das dez cidades que mais cresceram entre 2000 e 2009, nenhuma tem mais de 40 mil habitantes.
É o que mostra levantamento feito pela Folha com base em estimativas populacionais do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgadas ano a ano -a última pesquisa, referente aos dados de 2009, foi divulgada há dez dias.
Proporcionalmente, Luiz Antônio foi o município que passou pelo maior crescimento habitacional na região: entre 2000 e 2009, ganhou 4.008 habitantes. Pode parecer pouco, mas a variação é de 50,63%. Seria como se Ribeirão Preto, em dez anos, tivesse passado de 478 mil para 720 mil habitantes. No entanto Ribeirão cresceu "apenas" 17,6%, de 478.637 para os atuais 563.107 moradores (veja quadro ao lado).
"Houve uma época que falavam que Ribeirão era a Califórnia Brasileira. Acho que aconteceu algo parecido em Luiz Antônio. Aqui há uma vida social diferente, com boa qualidade de vida. Isso deve ter atraído muita gente", disse o prefeito Zezinho Rosatti (PTB), que iniciou neste ano seu segundo mandato -o primeiro foi de 2001 a 2004.
Vizinha de Ribeirão, Jardinópolis ficou em segundo lugar no ranking regional. Avançou 47,7%, o equivalente a 12.117 novos moradores. No período, foi como se uma Patrocínio Paulista passasse a fazer parte da pequena Jardinópolis.
"Nós estamos a 20 quilômetros de Ribeirão, sem pedágio. Nos últimos dez anos foram lançados vários loteamentos na cidade. Ou seja, muitas pessoas continuam trabalhando em Ribeirão, mas morando em Jardinópolis", disse o prefeito José Jacomini (PPS).
Para Wagner Silveira, coordenador de divulgação do censo do IBGE de São Paulo, os argumentos de ambos os prefeitos são os mesmos para explicar um fenômeno comum no Estado: aumento populacional em municípios pequenos.
"Cidades menores significam custos menores de moradia. Muita gente opta por fixar residência em cidades menores próximas a grandes centros, seja pelo custo menor, seja por uma melhor qualidade de vida", disse o coordenador, que aponta outras vantagens de se morar nas chamadas cidades-satélite. "Antigamente, o transporte entre cidades pequenas era complicado. Hoje é bem mais simples, eficiente", disse.
A oportunidade de crescimento motivou o comerciante Luís Fernando Amorozo, 43, a deixar Cravinhos para tentar a sorte em Luiz Antônio há quatro anos. "Deu certo. Eu passei por aqui, notei este bairro novo, crescendo, e decidi arriscar e trazer minha família inteira para cá", disse Amorozo, que não pensa em voltar.
Mas não só de crescimento vivem os municípios da região. Das 89 cidades da região, 13 "encolheram". Quem lidera a lista é Cajobi, que viu sua população cair de 11.432 para 10.009 habitantes -recuo de 12,4%.
Para o prefeito de Cajobi, Dorival Sandrini (PTB), a queda é inexistente. "Tenho absoluta certeza de que a população de Cajobi é maior que 12 mil habitantes. Vamos fazer um censo próprio para provar isso", afirmou o prefeito.
No entanto censo mesmo, do IBGE, será realizado em 2010. Segundo o instituto, a contagem casa a casa começará em agosto do ano que vem.


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