Ribeirão Preto, Sexta-feira, 23 de Setembro de 2011

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Atrasos a fornecedores se ampliam no governo Dárcy durante este ano

Empresas que trabalham na duplicação da Henri Nestlé não recebem com regularidade

Ontem, funcionários de companhia pararam por falta de pagamento; administração não fala sobre casos específicos


Silva Junior - 17.fev.2011/ Folhapress
A prefeita Dárcy Vera, em lançamento da obra da duplicação da avenida Henri Nestlé

ARARIPE CASTILHO
DE RIBEIRÃO PRETO

GABRIELA YAMADA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
DE RIBEIRÃO PRETO


Os atrasos de pagamentos da Prefeitura de Ribeirão viraram um problema generalizado entre fornecedores do governo Dárcy Vera (DEM).
Segundo a Folha apurou, somente com a Leão Ambiental, que presta os serviços de varrição de rua e coleta de lixo na cidade, os valores em atraso totalizam neste ano perto de R$ 14 milhões -sete meses de contrato.
As empresas que trabalham nas obras de duplicação da avenida Henri Nestlé também não têm recebido com regularidade.
Armando Scozzafave Filho, diretor administrativo da construtora Said, que presta serviço para a prefeitura na obra, confirmou a crise no caixa da prefeitura. Segundo ele, o pagamento com todos os fornecedores está em atraso há pelo menos 90 dias.
"A prefeitura alega dificuldade e nos pede paciência." Ele disse que o atraso só não afetou a empresa porque não depende exclusivamente do dinheiro público.
"Há clientes meus, no entanto, que não têm outras fontes de renda e não têm como me pagar porque ainda não receberam da prefeitura", afirmou.
O detalhe é que a verba para a duplicação, de cerca de R$ 6 milhões, saiu dos cofres da Câmara.
Conforme a reportagem apurou, a prefeitura até realiza pagamentos "picados" a alguns fornecedores -como a própria Leão Ambiental e a Said-, mas os valores não correspondem ao total previsto em contrato.
À Leão Ambiental, por exemplo, os últimos pagamentos neste ano foram nos dias 9 e 13 deste mês e totalizam R$ 259,4 mil, conforme o próprio site do governo.
Em agosto, os repasses ficaram em aproximadamente R$ 1,1 milhão, mas, conforme a reportagem apurou, o valor total por mês deveria ser, em média, perto de R$ 2 milhões.
Questionada sobre os atrasos, a administração afirma que os pagamentos seguem a lei.
Não é de hoje que a gestão financeira da prefeitura tenha resultado em dívidas.
Em agosto de 2010, a Folha publicou que alterações no cronograma de pagamentos do governo Dárcy confirmavam que o município havia acumulado atrasos de R$ 3,3 milhões também à Leão Ambiental e à Stemag.
Ontem, 210 funcionários da Leão Ambiental, que fazem a varrição da cidade, paralisaram os serviços por conta da falta de pagamento do vale-alimentação, de R$ 320.
De acordo com assessoria de imprensa da empresa, houve erro na transmissão do pagamento, que deveria ter sido feito no último dia 20. O problema foi regularizado no final da tarde de ontem. A Leão não comentou os valores em atraso apresentados pela Folha.

CAIXA
A baixa quantidade de dinheiro no caixa do município também é um indicativo de que a saúde financeira da prefeitura não vai bem.
O valor de "reserva" tem baixado sistematicamente desde 2009 e, em julho deste ano, chegou a R$ 37 milhões, o menor montante para este mês desde de 2004.
Quando Dárcy assumiu, em janeiro de 2009, o município tinha em caixa R$ 151,2 milhões, mas fechou o ano com R$ 49,6 milhões.


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