Ribeirão Preto, Quinta-feira, 24 de Junho de 2010

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Hantavirose causa morte de jovem em Ribeirão

Doença que matou estudante não tinha registro na cidade havia três anos

Morte ocorreu em maio, mas resultado do exame saiu ontem; caso chegou a ser tratado como uma suspeita de gripe suína

DE RIBEIRÃO PRETO

Depois de três anos sem registrar nenhum caso de hantavirose, Ribeirão Preto confirmou uma morte pela doença. A Secretaria da Saúde informou ontem que o estudante Heli Elton Silva Idalgo, 16, morreu no dia 25 de maio com hantavirose.
Na época da morte de Idalgo, a secretaria chegou a suspeitar que o adolescente tinha sido vítima de gripe suína, mas a doença foi descartada na semana passada.
Segundo a enfermeira da Vigilância Epidemiológica Hercilia Renata Médici de Mattos a Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo) de Ribeirão Preto e a vigilância estão fazendo uma pesquisa para detectar a presença, na cidade, de ratos silvestres, que são os principais transmissores da hantavirose.
"A hantavirose é transmitida pela saliva, fezes e urina dos ratos silvestres. Basta respirar num lugar que tenha o vírus para ser infectado", afirmou Mattos.
Idalgo morava no Jardim Paiva, próximo a uma mata. A região deve ser investigada na tentativa de descobrir o local onde ele foi infectado.
Segundo dados do CVE (Centro de Vigilância Epidemiológica), neste ano foram registrados 12 casos de hantavirose no Estado de São Paulo, com seis mortes. No ano passado foram 13 casos com seis mortes.

DENGUE
Mesmo depois de seis meses do início da epidemia de dengue em Ribeirão Preto, a prefeitura continua buscando auxílio judicial para entrar em imóveis onde há possíveis criadouros do transmissor da doença.
Ontem, a equipe de Controle de Vetores entrou em uma casa na Vila Tibério. Além de focos do mosquito, foram encontrados ratos e escorpiões. A prefeitura retirou oito caminhões de lixo e mais dois com galhos e árvores.
"Achamos larvas do mosquito da dengue e é uma casa onde já foi preciso entrar outras duas vezes por meio de liminar", disse a chefe do Controle de Vetores de Ribeirão, Maria Lúcia Biagini.
De acordo com ela, não há mais pedidos judiciais para entrar em imóveis fechados porque a recusa ao acesso tem sido pequena.
"Os problemas são as casas fechadas, pois os moradores estão trabalhando no horário em que passamos. O índice é em torno de 30% e, nestes casos, voltamos mais tarde para tentar ampliar o bloqueio", afirmou.
Antes dessa decisão, a Justiça já havia concedido outras 26 liminares para entrada em imóveis fechados. Até ontem, Ribeirão Preto confirmou 26.138 registros de dengue neste ano e é o município campeão de casos no Estado. Outros 994 exames aguardam resultados.
Hoje, os agentes de saúde realizam um arrastão nos bairros Jardim Juliana e Parque Flamboyant. Segundo a Secretaria da Saúde, nos locais há alto índice de contaminação.
(HÉLIA ARAÚJO E LIGIA SOTRATTI)


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