Umidade caiu para 13% à tarde; pacientes correram para a UBDS Central

Só Sorocaba teve tempo mais seco ontem no Estado, segundo a Cetesb; não há previsão de chuvas até domingo

Silva Junior/Folhapress

Pessoas caminham no Curupira, cuja vegetação está seca

JULIANA COISSI
DE RIBEIRÃO PRETO

Ribeirão Preto só perdeu para Sorocaba ontem no ranking estadual do tempo seco. Foi o segundo dia seguido de umidade beirando o estado de emergência na cidade, que não tem chuvas há dois meses. A taxa de umidade relativa do ar caiu para 13% entre 15 e 17h, o que configura estado de alerta -abaixo de 12% significa emergência.
Os dados são das estações da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo). Sorocaba teve 10%.
O reflexo do tempo seco revela-se principalmente na saúde. Na UBDS (Unidade Básica Distrital de Saúde) Central, foram atendidas ontem 92 crianças, 60% a mais do que na última segunda.
"A maior parte dos casos era de crianças com tosse e diarreia, decorrentes do tempo seco", disse o gerente da unidade, Nelson Fávero.
Entre os idosos, que também sofrem com a estiagem, a procura por atendimento na UBDS aumentou 50%.
Nas escolas da rede municipal, desde o dia 27 de julho as atividades ao ar livre estão suspensas entre as 9h e as 15h. As aulas convencionais de educação física estão sendo substituídas por xadrez e dama, entre outros.
Segundo a meteorologista Neide Oliveira, do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologista), a estiagem está mais seca do que a esperada para agosto, resultado da falta de frentes frias que provocam precipitações ao fim do dia, ainda que fracas. Na região, não há previsão de chuva, pelo menos até domingo.
Ontem, por causa da baixa umidade, o Estado incluiu Ribeirão, Araraquara, Franca, Barretos e cidades vizinhas entre as que estão proibidas de ter queimadas de cana em qualquer hora do dia.
Segundo o gerente do projeto Etanol Verde, Ricardo Viegas, neste ano a queima no Estado foi totalmente proibida por 12 dias. Em todo o ano passado, mais chuvoso, foram apenas dois dias.

ALTERNATIVA
Os ribeirão-pretanos têm improvisado para amenizar o incômodo com o tempo seco. A boleira Maria Aparecida Garcia, 63, por exemplo, disse que tenta evitar as crises de bronquite com soro no nariz e ingestão de líquidos.
"Minha mãe coloca uma bacia de água embaixo da minha cama para aliviar um pouco", disse a estudante Graziela Rodrigues, 16.
Mara Lúcia Lima, 45, foi ontem ao dermatologista reclamar de manchas na pele. A dermatite, disse o médico, é resultado do tempo seco. "Ele me orientou a usar creme a base de óleo e sabonete de glicerina."


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