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Adriana Telini é transferida mais uma vez
Advogada, levada ontem para penitenciária em São Paulo, disse que deve ficar "uns dez anos presa"
DA FOLHA RIBEIRÃO
Depois de ser retirada da cadeia de Batatais no domingo à
noite por conta de uma ameaça
de resgate, a advogada Adriana
Telini Pedro foi novamente
transferida ontem, desta vez
para a Penitenciária Feminina
Santana, em São Paulo.
A advogada, que foi presa na
sexta-feira em Sumaré, região
de Campinas, é acusada por associação ao tráfico, tentativa de
latrocínio e formação de quadrilha. Antes de partir, se mostrou, em entrevista ao jornal
"Comércio da Franca", arrependida de ter se deixado levar
pelo mundo do crime.
"Em outro setor [que não a
área criminal, em que atuava]
teria muito menos problemas.
Não teria advogado para certas
pessoas, exceto para meu marido [Luciano dos Santos Gonçalves, preso em Piracicaba]."
A advogada também disse ter
considerado "balela" a hipótese
de ser resgatada em Batatais
pelo PCC (Primeiro Comando
da Capital), o que fez com que
fosse levada para Franca.
"Isso é balela. Imagina.
Quem sou eu para o PCC me
resgatar? Não faço parte de facção criminosa nenhuma. Não
tenho essa força. Alguém arriscaria a vida para fazer um resgate de graça?", questionou.
Telini ainda afirmou que, no
ano em que ficou foragida, passou por imóveis na periferia de
Campinas e por um rancho de
sua propriedade na região de
Franca, antes de chegar a Sumaré. Para se sustentar, contou
com a ajuda da família para o
pagamento de aluguéis.
Sobre o futuro, disse que deve permanecer pelo menos dez
anos presa e não tem esperança
em voltar a advogar. "O futuro a
Deus pertence, mas acredito
que não [voltar a trabalhar como advogada]. Acho que vou ficar uns dez anos presa."
Questionada sobre o fato de
fazer questão de ir para uma
unidade prisional controlada
pelo PCC, foi enfática: "Eu não
vou para uma cadeia que não
seja controlada pelo partido.
Bato o pé e não entro. Não matei filho, não matei pai, não matei mãe. Cadeia de oposição eu
não entro".
Para o advogado da acusada,
Rui Garcia, as declarações dela
não a comprometem. "O fato de
ela não querer ir a um presídio
que não seja controlado pelo
PCC é por sua integridade física. De tanto a polícia falar que
ela tem ligação com a facção,
ela correria sério risco."
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