Ribeirão Preto, Quarta-feira, 25 de Março de 2009

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Adriana Telini é transferida mais uma vez

Advogada, levada ontem para penitenciária em São Paulo, disse que deve ficar "uns dez anos presa"

DA FOLHA RIBEIRÃO

Depois de ser retirada da cadeia de Batatais no domingo à noite por conta de uma ameaça de resgate, a advogada Adriana Telini Pedro foi novamente transferida ontem, desta vez para a Penitenciária Feminina Santana, em São Paulo.
A advogada, que foi presa na sexta-feira em Sumaré, região de Campinas, é acusada por associação ao tráfico, tentativa de latrocínio e formação de quadrilha. Antes de partir, se mostrou, em entrevista ao jornal "Comércio da Franca", arrependida de ter se deixado levar pelo mundo do crime.
"Em outro setor [que não a área criminal, em que atuava] teria muito menos problemas. Não teria advogado para certas pessoas, exceto para meu marido [Luciano dos Santos Gonçalves, preso em Piracicaba]."
A advogada também disse ter considerado "balela" a hipótese de ser resgatada em Batatais pelo PCC (Primeiro Comando da Capital), o que fez com que fosse levada para Franca.
"Isso é balela. Imagina. Quem sou eu para o PCC me resgatar? Não faço parte de facção criminosa nenhuma. Não tenho essa força. Alguém arriscaria a vida para fazer um resgate de graça?", questionou.
Telini ainda afirmou que, no ano em que ficou foragida, passou por imóveis na periferia de Campinas e por um rancho de sua propriedade na região de Franca, antes de chegar a Sumaré. Para se sustentar, contou com a ajuda da família para o pagamento de aluguéis.
Sobre o futuro, disse que deve permanecer pelo menos dez anos presa e não tem esperança em voltar a advogar. "O futuro a Deus pertence, mas acredito que não [voltar a trabalhar como advogada]. Acho que vou ficar uns dez anos presa."
Questionada sobre o fato de fazer questão de ir para uma unidade prisional controlada pelo PCC, foi enfática: "Eu não vou para uma cadeia que não seja controlada pelo partido. Bato o pé e não entro. Não matei filho, não matei pai, não matei mãe. Cadeia de oposição eu não entro".
Para o advogado da acusada, Rui Garcia, as declarações dela não a comprometem. "O fato de ela não querer ir a um presídio que não seja controlado pelo PCC é por sua integridade física. De tanto a polícia falar que ela tem ligação com a facção, ela correria sério risco."


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