Ribeirão Preto, Sexta-feira, 25 de Março de 2011

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Governo retoma vacinação antirrábica

Imunização foi suspensa em outubro do ano passado após 637 mortes ou reações adversas em cães e gatos

Ministério da Saúde manteve o mesmo tipo da vacina, mas trocou fornecedor; ONG diz que isso não é problema

ARARIPE CASTILHO
DE RIBEIRÃO PRETO

O Ministério da Saúde vai adotar neste ano o mesmo tipo de vacina contra a raiva de cães e gatos que foi usado no país no ano passado.
Em 2010, a campanha foi interrompida em agosto no Estado e em Ribeirão. Em outubro, a vacinação acabou suspensa em todo o país após a mortes de animais.
O governo federal diz que vai testar as vacinas antes de elas serem enviadas para os Estados. A WSPA Brasil (Sociedade Mundial de Proteção Animal) disse que vai monitorar a campanha e que a preocupação não é o tipo de vacina (leia texto ao lado).
A vacina Rai-pet, usada pela primeira vez no país em 2010, é feita pelo método de cultivo celular -que promete imunização por um ano.
Distribuída em 2010 pelo laboratório Biovet, de São Paulo, a vacina agora será feita pela Tecpar, do Paraná.
Apesar da troca de fornecedor, o ministério disse que não tem como prever se os problemas voltarão a ocorrer, mas a WSPA aprova esse tipo de vacina.
Em agosto, durante a campanha de vacinação, São Paulo constatou reações graves da Rai-pet e foi o primeiro Estado a suspender os procedimentos.
Quase dois meses depois, o Ministério da Saúde reconheceu os efeitos negativos da vacina em cães e gatos e decidiu suspender a distribuição em todo Brasil.
Segundo a pasta, foram 637 registros e reações adversas, entre eles 256 casos graves -inclusive mortes. Com a suspensão da campanha, cerca de 18,7 milhões de doses foram recolhidas.
Neste ano, o governo deve distribuir 32 milhões de doses da vacina, para uma população estimada em 29 milhões de cães e gatos.
A vacinação deste ano ocorrerá em duas etapas. A primeira, programada para julho, atingirá oito Estados, selecionados conforme a situação da doença na região e cobertura vacinal em 2010.
O governo não deu detalhes -percentual de cobertura vacinal, por exemplo- para escolha dos Estados priorizados. Exceto Rio Grande do Sul e Santa Catarina, que não têm o vírus, a imunização será em setembro.
Sobre os riscos de reações adversas em 2011, o ministério informou em nota: "A situação será monitorada e a vacina testada pelo Ministério da Agricultura."
Ainda segundo a pasta, estudos dizem que a ocorrência de efeitos colaterais graves (reação sistêmica à vacina e mortes) são esperados em percentuais que variam de 0,01% a 0,45%.


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