Ribeirão Preto, Sexta-feira, 25 de Junho de 2010

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PMs são acusados de agressão em Aramina

Amigo da vítima filmou a ação de soldados, já afastados por comando, com celular

PAULO GODOY
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE RIBEIRÃO PRETO

Três policiais militares acusados de espancar um homem domingo à noite no centro de Aramina, cidade com 5.308 moradores, foram temporariamente afastados de suas funções. Toda a ação foi filmada com um celular e as imagens, enviadas ao comando da PM em Franca.
Por telefone, o agredido, Éder Humberto, 23, funcionário de uma usina de álcool, disse que foi interpelado duas vezes por um homem, identificado apenas como soldado Daniel, quando passava pela avenida Antonio Rio Quércia, por volta das 22 horas de domingo.
Nas duas ocasiões o policial, que estava à paisana, teria dito "é hoje!", sem nenhuma explicação.
Na segunda vez, o rapaz afirma que pegou um pedaço de pau para tomar satisfações com o policial, que deixou o local. Minutos depois, segundo ele, dois policiais fardados chegaram ao local com o carro da PM e começaram a agredi-lo.
Os policiais, ainda segundo a versão da vítima, o golpearam na cabeça e nas costas com cassetetes até que ele desmaiou. Em seguida, o homem identificado como soldado Daniel chegou no meio e participou da pancadaria.
Um amigo de Humberto filmou a agressão. É possível escutar pessoas gritando para os policiais pararem de agredir o rapaz.
Nas imagens, é possível ver a mãe de Humberto, Maria das Dores da Silva, que foi avisada sobre a agressão por amigos, sendo impedida de se aproximar do filho.
Depois de ser agredido, Humberto teria sido levado pelos policiais até o posto de saúde central de Aramina, onde, segundo afirmou, foi deixado pelos soldados.
"Só recebi atendimento quando uma ambulância me levou para a Santa Casa", relatou o jovem.
A advogada do rapaz, Kátia Nasser, disse que deverá acionar o Estado com pedido de indenização por danos morais. Ela não descarta a hipótese de também mover um processo contra os soldados por abuso de autoridade e lesões corporais.

O OUTRO LADO
A reportagem não conseguiu ouvir o comandante dos soldados em Aramina, identificado como sargento Viviano. A Folha ligou quatro vezes para o destacamento da Polícia Militar na cidade, mas ninguém atendeu.
Em Franca, na sede do 15º Batalhão da PM, responsável pelo policiamento da região, o tenente-coronel João Paulo Brandão Júnior também não atendeu a reportagem.
Por e-mail, ele disse que instaurou um inquérito para apurar a conduta dos policiais, com prazo de 40 dias para a sua conclusão.
Os nomes dos policiais fardados, um de Ituverava e outro de Igarapava, não foram revelados.


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