|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PMs são acusados de agressão em Aramina
Amigo da vítima filmou a ação de soldados, já afastados por comando, com celular
PAULO GODOY
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE RIBEIRÃO PRETO
Três policiais militares
acusados de espancar um
homem domingo à noite no
centro de Aramina, cidade
com 5.308 moradores, foram
temporariamente afastados
de suas funções. Toda a ação
foi filmada com um celular e
as imagens, enviadas ao comando da PM em Franca.
Por telefone, o agredido,
Éder Humberto, 23, funcionário de uma usina de álcool,
disse que foi interpelado
duas vezes por um homem,
identificado apenas como
soldado Daniel, quando passava pela avenida Antonio
Rio Quércia, por volta das 22
horas de domingo.
Nas duas ocasiões o policial, que estava à paisana, teria dito "é hoje!", sem nenhuma explicação.
Na segunda vez, o rapaz
afirma que pegou um pedaço
de pau para tomar satisfações com o policial, que deixou o local. Minutos depois,
segundo ele, dois policiais
fardados chegaram ao local
com o carro da PM e começaram a agredi-lo.
Os policiais, ainda segundo a versão da vítima, o golpearam na cabeça e nas costas com cassetetes até que ele
desmaiou. Em seguida, o homem identificado como soldado Daniel chegou no meio
e participou da pancadaria.
Um amigo de Humberto
filmou a agressão. É possível
escutar pessoas gritando para os policiais pararem de
agredir o rapaz.
Nas imagens, é possível
ver a mãe de Humberto, Maria das Dores da Silva, que foi
avisada sobre a agressão por
amigos, sendo impedida de
se aproximar do filho.
Depois de ser agredido,
Humberto teria sido levado
pelos policiais até o posto de
saúde central de Aramina,
onde, segundo afirmou, foi
deixado pelos soldados.
"Só recebi atendimento
quando uma ambulância me
levou para a Santa Casa", relatou o jovem.
A advogada do rapaz, Kátia Nasser, disse que deverá
acionar o Estado com pedido
de indenização por danos
morais. Ela não descarta a hipótese de também mover um
processo contra os soldados
por abuso de autoridade e lesões corporais.
O OUTRO LADO
A reportagem não conseguiu ouvir o comandante dos
soldados em Aramina, identificado como sargento Viviano. A Folha ligou quatro vezes para o destacamento da
Polícia Militar na cidade,
mas ninguém atendeu.
Em Franca, na sede do 15º
Batalhão da PM, responsável
pelo policiamento da região,
o tenente-coronel João Paulo
Brandão Júnior também não
atendeu a reportagem.
Por e-mail, ele disse que
instaurou um inquérito para
apurar a conduta dos policiais, com prazo de 40 dias
para a sua conclusão.
Os nomes dos policiais fardados, um de Ituverava e outro de Igarapava, não foram
revelados.
Texto Anterior: Transporte: Planilha de empresas de ônibus aumenta passagem para R$ 2,50 Próximo Texto: Remoção de favela começa em 2011 Índice
|