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CNJ manda mudar titular de 9 cartórios da região
Conselho afirma que administradores atuais não passaram por concurso
Prazo para a mudança é de seis meses; só em Ribeirão, três cartórios estão na lista dos que precisam se regularizar
DE RIBEIRÃO PRETO
Pelo menos nove cartórios
da região de Ribeirão Preto
deverão ter novos titulares
nos próximos seis meses.
A medida é do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), que
afirma que os responsáveis
por nove cartórios nas dez
maiores cidades da região
não passaram pelo concurso
público obrigatório.
Por isso, o conselho declarou vaga a titularidade desses órgãos privados de serviço público, e deu prazo de
seis meses para que a Justiça
promova uma concorrência
para ocupá-los.
A alegação do órgão é que
o cargo de tabelião nesses
cartórios deveria ser preenchido por concurso sempre
que seu titular se afastasse,
por aposentadoria ou morte.
Não foi o que aconteceu
em pelo menos um terço dos
cartórios do país. Segundo o
CNJ, muitos foram herdados
por membros da família ou
pessoas escolhidas pelo próprio titular.
Em Ribeirão, três cartórios
são apontados como irregulares: 2º Tabelião de Notas, 3º
Tabelião de Notas e 1º Oficial
de Registro de Imóveis.
A Folha tentou contato
com os três na última sexta.
No 2º Tabelião de Notas, informaram que o responsável
estava viajando.
O atual titular do 3º Tabelião de Notas, que deverá dar
lugar a outra pessoa assim
que o concurso for realizado,
não quis dar entrevista. Alegou estar ocupado.
Por duas vezes, ninguém
atendeu o telefone identificado como sendo do 1º Oficial
de Registro de Imóveis.
Franca, Araraquara, São
Carlos, Barretos, Jaboticabal
e Bebedouro tem, cada uma,
um cartório em que o titular
não é concursado.
A regularidade de outro
cartório de Araraquara ainda
está sendo investigada.
O responsável pelo 1º Tabelião de Notas e de Protestos de Títulos de Franca, Carlos Alberto da Silva, 57, é um
dos que devem sair assim
que um novo titular for escolhido por concurso.
Após 43 anos atuando no
local, ele ainda não sabe se
vai prestar a prova. "Estou
pensando, mas a gente fica
desanimado."
No seu caso, o cartório não
foi uma herança familiar. Ele
começou a trabalhar no órgão aos 14 anos e só assumiu
a gestão em 2002, após a aposentadoria do titular.
Silva diz não considerar
"muito justo" ter que deixar a
administração do cartório,
mesmo após ter feito um trabalho que considera exemplar. "Nos últimos anos, informatizamos todos os processos sem a Justiça pedir",
afirmou.
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