Ribeirão Preto, Terça-feira, 26 de Maio de 2009

Próximo Texto | Índice

Tratamento do lixo melhora, mas há vetos

Aterros de Cravinhos, Serrana e Barrinha são reprovados em levantamento anual da Cetesb; dois já foram interditados

64% dos municípios da região evoluíram na nota, a maioria por ter passado a mandar o lixo para aterros particulares vizinhos


Edson Silva/Folha Imagem
Lixo é jogado em vala no aterro de Barrinha, uma das cidades da região que melhorou o tratamento do seu lixo, mas aidna está na lista das consideradas inadequadas

DA FOLHA RIBEIRÃO

A Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) melhorou a nota de 56 das 87 cidades da região de Ribeirão Preto em relação ao tratamento de lixo doméstico, um percentual de 64%. É o que aponta o Inventário Estadual de Resíduos Sólidos Domiciliares de 2008, que será divulgado oficialmente hoje, em São Paulo.
Apesar da melhora em relação a 2007, três aterros da região ainda estão na lista dos considerados inadequados: Barrinha, Cravinhos e Serrana, que receberam notas menores que 6.
Pela classificação da Cetesb, cidades abaixo de 6 têm tratamento inadequado dos resíduos. Entre 6,1 e 8, a condição é considerada controlada e, de 8,1 a 10, adequada.
Ribeirão Preto, que agora manda o lixo para um aterro particular em Guatapará, ficou com nota 9,4.
Franca e São Carlos também tiveram seus aterros aprovados. Já Araraquara ficou entre os de situação controlada.
Em 2007, 22 cidades haviam tirado nota menor que 6 e ficaram em situação inadequada, o que correspondia a 25,2% do total.
Chama atenção no levantamento de 2008 o fato de que 12 cidades que mandam seu lixo para os aterros privados de Guatapará e Jardinópolis receberem nota 10. A empresa Leão Leão, de Ribeirão, é a proprietária dos dois locais.
Algumas das cidades que ficaram com nota 10 neste ano, como Cajuru, Sertãozinho e Monte Alto, haviam tido avaliações péssimas no ano passado.
"Começamos a mandar o lixo para lá [Guatapará] e aí já passamos a tirar 10", disse o secretário do Meio Ambiente de Monte Alto, João Inforçatti, referindo-se às visitas de rotina que os técnicos da Cetesb fazem aos aterros.
Com base nas notas dessas visitas técnicas, a Cetesb emite uma média para cada cidade. Em Sertãozinho, aconteceu exatamente a mesma coisa. A cidade, que passou a levar o lixo para Guatapará em março de 2008, tirou nota 2,8 em 2007 e 10 no ano passado.
Cravinhos e Serrana, duas das cidades que receberam notas baixas neste ano, tiveram os aterros interditados pela Cetesb e, neste ano, passaram a enviar o lixo doméstico também para o aterro particular em Guatapará.
"Aqui funcionava um lixão. Iniciamos um processo de recuperação do local, mas o lixo está sendo enviado para Guatapará", afirmou Flávia Buischi Olaia, diretora do Meio Ambiente de Serrana, que ficou com nota 3,4, a pior da região -no anterior, a nota fora 6,2. "É que em 2007 a última gestão chegou a cobrir o lixo, depois nem isso", disse Flávia.
Para fazer a avaliação dos municípios, a Cetesb leva em conta fatores como solo, impermeabilidade, lençol freático e tratamento de chorume (resíduo líquido presente nos aterros).


Próximo Texto: Ribeirão "exporta" 500 t de lixo por dia para Guatapará
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.