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Araraquara livra-se de multa por falta de vagas em creches
Pena no valor de R$ 90 milhões, determinada pelo Supremo, pressionou prefeitura a propor solução
ROBERTO MADUREIRA
DA FOLHA RIBEIRÃO
Uma multa estipulada pelo
STF (Supremo Tribunal Federal) no valor de R$ 90 milhões
pressionou a Prefeitura de Araraquara a criar um plano emergencial para resolver o problema da fila de espera por vagas
em creches municipais.
Ao saber da decisão, em janeiro, o então recém-empossado prefeito, Marcelo Barbieri
(PMDB), procurou o juiz e a
promotora com um projeto
emergencial que contempla
três novas creches e três ampliações que, juntas, vão gerar
1.270 vagas até o fim de 2010.
O processo nasceu de uma
ação civil ajuizada em 2004 pela promotora Morgana Burdin
Demétrio. Em outubro do ano
passado, o STF decidiu manter
a decisão do juiz Sílvio Moura
Sales, de Araraquara, e arbitrou
multa de R$ 500 por aluno a cada dia fora da escola, um total
de R$ 90 milhões.
Segundo a promotora, foram
tentados vários acordos com a
antiga gestão, do prefeito Edinho Silva (PT), mas nenhuma
resolveu a fila, que hoje chega a
cerca de 620 crianças.
"A decisão do STF foi até bem
curta e só dizia o que já sabemos, que é obrigação do município prover a educação infantil. Espero que a decisão seja
exemplo para outros municípios", disse a promotora.
Caso qualquer item do acordo seja descumprido pela prefeitura, a pena volta a valer. O
secretário da Educação de Araraquara, Antônio Martins, disse temer que os esforços não resolvam o problema.
"A educação infantil é um dos
investimentos mais caros que o
município tem. São necessários
quatro funcionários para cada
20 crianças", afirmou Martins.
Segundo ele, a cada ano, cerca
de 400 novas crianças dão entrada com pedido de vaga em
creches na cidade.
Em Ribeirão, onde a fila chega a 2.000 crianças segundo a
última divulgação -a atual gestão não informa o déficit-, já
foram ajuizadas várias ações civis públicas sobre o mesmo tema, mas nenhum dos processos
chegou ao Supremo.
"Já fiz ações coletivas e individuais, mas nunca juntei toda
a demanda da cidade em uma
ação só. Portanto, sempre consegui acordos", afirmou o promotor Marcelo Goulart, que
era da Vara da Infância e Juventude e hoje está no Meio
Ambiente. Ele estima ter conseguido 1.400 vagas com ações
e mandados de segurança.
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