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Federais da região gastam R$ 3,8 milhões com cota
Valor é o total das despesas dos seis deputados que tentam a reeleição
Cota corresponde às despesas indenizatórias dos deputados e não inclui os salários pagos aos parlamentares
DE RIBEIRÃO PRETO
Deputados federais da região de Ribeirão que tentam
se reeleger neste ano foram
reembolsados em até R$ 53
mil em um único mês com a
chamada Cota para Exercício
da Atividade Parlamentar,
nome oficial dado às antigas
verbas indenizatórias.
Juntos, os seis deputados-candidatos da região gastaram R$ 3,88 milhões com a
cota no atual mandato. O valor não inclui as despesas de
Antonio Palocci Filho (PT),
que não busca a reeleição.
O valor só não é maior porque Fernando Chiarelli (PDT)
e Luciana Costa (PR) assumiram após a morte de seus antecessores e Dimas Ramalho
(PPS) foi secretário municipal dos Serviços Públicos em
São Paulo entre 2007 e fevereiro de 2009.
Quem gastou R$ 53 mil em
um único mês foi Lobbe Neto
(PSDB). O gasto total dele no
mandato foi de R$ 854,25 mil,
o segundo maior entre os deputados da região.
O parlamentar que mais
teve despesas com as verbas
indenizatórias foi outro tucano. Segundo levantamento
feito pela Folha no sistema
da Câmara dos Deputados,
Duarte Nogueira (PSDB) gastou R$ 864,44 mil.
Marco Aurélio Ubiali (PSB)
foi o terceiro colocado no
ranking das despesas. Ele solicitou R$ 812,30 mil para atividades parlamentares fora
da Câmara. Mesmo trabalhando em Brasília, os seis
deputados possuem bases
eleitorais na região.
Os gastos não incluem salários dos parlamentares e
assessores, só recursos usados com combustíveis, bilhetes aéreos, alimentos, hospedagem, locação de veículos
manutenção, segurança,
postais e telefonia.
Com essas despesas, Chiarelli chegou a gastar R$ 52,96
mil em um mês. O valor corresponde à segunda maior
despesa mensal. O menor teto de reembolso mensal foi
de Ramalho: R$ 22,27 mil.
No acumulado do mandato, Ramalho e Chiarelli foram
os que menos gastaram (veja
quadro nesta página). Os valores, porém, não servem de
base para comparação, pois
eles tiveram tempo de mandato inferior aos demais.
REGRAS
De acordo com a Câmara
dos Deputados, a Cota para
Exercício da Atividade Parlamentar unificou, desde julho
do ano passado, a antiga verba indenizatória com as cotas para passagens aéreas,
telefone e correio.
Nesse novo sistema, segundo a Casa, também podem ser custeadas as despesas de aluguel de escritório,
incluindo até água, luz e IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) do imóvel. Outro uso autorizado é a contratação de consultoria.
O limite para uso da cota
varia conforme o Estado de
origem do parlamentar, em
razão da distância entre o domicílio do deputado e Brasília -R$ 23 mil para deputados do Distrito Federal e R$
34,25 mil para os de Roraima.
Os paulistas podem gastar
até R$ 27,76 mil por mês.
Quando o deputado não
utiliza o valor integral em um
determinado mês, pode ser
consumido nos meses seguintes até completar um semestre. Por isso, os candidatos da região chegaram a gastar quase o dobro do limite
em alguns meses.
NAS BASES
Os candidatos Duarte Nogueira, Ubiali e Dimas Ramalho afirmaram que as verbas
da Cota para Exercício da Atividade Parlamentar foram
usadas durante o mandato
para percorrer o Estado e representar suas bases eleitorais (leia texto nesta página).
Já os parlamentares Fernando Chiarelli, Luciana
Costa e Lobbe Neto não se
manifestaram sobre o assunto. Todos eles foram procurados pela Folha em seus gabinetes e via e-mail.
As verbas de gabinete à
disposição dos deputados federais são 34,33% maiores
que as dos parlamentares estaduais -R$ 20.672.
O salário de quem trabalha
na Assembleia Legislativa
também é menor: R$ 12,38
mil. O valor, por lei, deve corresponder sempre a 75% do
salário que é pago a um deputado federal.
A estrutura disponível para os que se elegem para a Câmara dos Deputados também é superior em relação
aos estaduais.
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