Ribeirão Preto, Domingo, 26 de Outubro de 2008

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Gago desde os 8, técnico diz haver preconceito

DA FOLHA RIBEIRÃO

O técnico em informática Osmar de Paula, 39, gago desde os 8, disse ter sentido desde cedo os efeitos do problema do qual não se curou até hoje. "Tinha dificuldade, me afastava."
Quando tentou os primeiros empregos, disse ter descoberto o preconceito que existe contra os gagos. "Na hora da entrevista, eu sempre reprovava", afirmou ele, que, apesar de não ter se curado totalmente, disse que sua gagueira já foi bem mais severa do que hoje.
"Aprendi que um jeito de melhorar era não "esquentar" muito com isso. Hoje, já não me preocupo muito mais", afirmou ele, que é sócio de uma empresa de informática.
O técnico em informática afirmou que já ficou até depressivo por causa da gagueira. "Fiquei uns quatro anos sem tratar e essa foi uma época ruim."
A fonoaudióloga que trata do caso dele, Eliana Menezes, disse que a gagueira realmente é difícil de ser curada. Existem, no entanto, casos mais graves que outros.
De acordo com ela, a gagueira sempre se manifesta na infância. No caso de Osmar, ele disse não se lembrar exatamente como foi a manifestação, mas a família conta uma história de que, quando tinha sete anos, foi atropelado. Depois disso, a gagueira se manifestou.
A professora de fonoaudiologia da Unaerp Beatriz Ferrioli afirmou que é comum que a gagueira seja desencadeada por traumas. Porém, ela disse sempre haver uma predisposição desde o nascimento, que pode ser manifestada, ou não, em razão do ambiente.
De acordo com a professora universitária, existe a gagueira natural em crianças de até cinco anos, mas se ela durar mais de seis meses, a mãe tem de procurar atendimento médico. É o sintoma de que a pessoa tem a predisposição.


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