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Volks de São Carlos anuncia férias coletivas
Principais metalúrgicas da região também devem dar férias a seus funcionários em dezembro, o que não ocorria desde 2002
Falta de novos contratos ou adiamentos explicam a medida, que pode ser sucedida de demissões, caso a crise persista
Silva Junior/Folha Imagem
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Analistas acompanham oscilações do mercado financeiro nos computadores da TBC Investimentos, corretora de Ribeirão
LUCAS REIS
DA FOLHA RIBEIRÃO
A fábrica de motores da da
Volkswagen em São Carlos
anunciou que vai dar férias coletivas a todos os seus funcionários em dezembro. E não deve ser a única. Os reflexos da
crise mundial que já atingem
diversos setores da economia
devem provocar uma onda de
férias coletivas nas principais
empresas metalúrgicas da região de Ribeirão Preto, fato que
não ocorria desde 2002.
Na Volkswagen, 480 metalúrgicos entrarão em férias coletivas a partir do dia 8 de dezembro e outros 310 saem no
dia 15. A empresa se limita a dizer, em nota, que a medida foi
tomada "para adequar os volumes de produção à demanda
atual do mercado brasileiro e
realizar ajustes técnicos das linhas de produção para os lançamentos de 2009".
Segundo Erick Pereira da Silva, secretário de formação do
Sindicato dos Metalúrgicos de
São Carlos e Ibaté, a fábrica da
Volks não dava férias coletivas
havia pelo menos dois anos. No
entanto, Silva, que trabalha na
empresa, minimizou os efeitos
da paralisação.
"Ainda não fomos notificados oficialmente, mas não vejo
preocupação. Seria um problema se [as férias] fossem no
meio do ano."
Em Sertãozinho, a Dedini Indústrias de Base também anunciou férias coletivas. Por meio
de sua assessoria de imprensa,
a indústria informou que a medida já estava programada, mas
sua duração, bem como os setores atingidos, foram ampliados.
Os funcionários estarão de férias de 22 de dezembro a 2 de
janeiro.
De acordo com o Sindicato
dos Metalúrgicos de Ribeirão
Preto, Sertãozinho e região,
cerca de 7.000 dos 17 mil trabalhadores sindicalizados na região deverão entrar em férias.
"Estamos preocupados, clientes estão postergando pedidos.
E isso inibe a produção", disse
Élio Cândido, presidente do
sindicato. "A metalurgia, principalmente no setor sucroalcooleiro, não tira férias coletivas desde 2002."
Segundo o Ceise-BR (Centro
Nacional das Indústrias do Setor Sucroalcooleiro e Energético), de Sertãozinho, as férias
coletivas devem atingir até 15%
dos funcionários, e vão servir
como válvula de escape nesta
época de incertezas.
"A maioria [das indústrias]
prevê, na verdade, dispensas.
Mas as empresas não têm recursos para fazer grandes dispensas, pois o custo é alto. Então estão optando pelas férias
coletivas", disse Mário Garrefa,
presidente do Ceise, que vê
pontos positivos nas férias.
"Quanto mais tempo você
adia essa demissão, maiores
são as chances de recuperação
do mercado e reversão do quadro, cancelando as demissões."
Na região de Matão, que tem
48 indústrias de máquinas e
implementos agrícolas, a preocupação também existe. "Já há
uma forte indicação de férias
coletivas, pois a carteira de pedidos se extinguiu", disse Roberto Luiz Cadioli, diretor do
Ciesp (Centro das Indústrias
do Estado de São Paulo).
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