Ribeirão Preto, Domingo, 27 de Março de 2011

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FOCO

Sindicatos discutem projeto para qualificar boias-frias

VENCESLAU BORLINA FILHO
DE RIBEIRÃO PRETO

Os sindicatos dos trabalhadores e da indústria da construção civil de São Paulo discutem a criação de um projeto de qualificação profissional no setor voltado aos cortadores de cana-de-açúcar.
O objetivo é absorver a mão de obra dispensada com o avanço da mecanização na lavoura. Segundo acordo das usinas com o Estado, o prazo para o fim da queima da cana termina em 2014 em áreas mecanizáveis.
De acordo com os sindicatos, o projeto piloto poderá ocorrer em Ribeirão Preto, maior polo sucroenergético do país, e onde concentram-se milhares de cortadores.
Cálculos do docente da Unesp (Universidade Estadual Paulista) José Giácomo Baccarin apontam que 37 mil trabalhadores rurais já foram desligados da atividade nos últimos quatro anos.
Hoje, segundo dados do pesquisador, o Estado tem 140 mil trabalhadores rurais. Após a mecanização, ele estima que restarão só 15 mil.
A expectativa do vice-presidente de relações do trabalho do SindusCon (Sindicato da Indústria da Construção Civil), Haruo Ishikawa, é absorver o excedente.
"Se em 2010 o setor contratou 60 mil trabalhadores, poderá contratar toda essa mão de obra excedente nos anos que seguirão", disse.
Levantamento do Sintracon-SP (Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de São Paulo) aponta que só no Estado a demanda por mão de obra na construção é de 100 mil trabalhadores.
Os sindicatos vão agora buscar apoio da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar). "Podemos colocá-lo [projeto] em prática já no mês que vem", disse o presidente do Sintracon, Antonio de Sousa Ramalho.
A intenção é que o Senai (Serviço Nacional da Indústria) faça os cursos de qualificação e, após o projeto piloto, seja estendido para outras regiões, até como forma de fixar mão de obra local.


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