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PERFIL
JOSÉ ROBERO PEREIRA ALVIM
Mais do que já tenho, é ganância
Vindo de uma família de clásse média baixa de Santa Cruz do Rio Pardo, empresário conta como chegou a Ribeirão,
ganhou experiência na construção civil e fundou uma das maiores construtoras do país , bem como sua receita para continuar "engordando o gado"
ARARIPE CASTILHO
DE RIBEIRÃO PRETO
Por mais fortes que sejam
as bases, toda torre encontra
sua altura limite. Do contrário, ela desaba.
Com essa filosofia, o matemático José Roberto Pereira
Alvim, 52, criou a construtora
que leva seu sobrenome e,
atuando em Ribeirão e Araraquara, está entre as maiores
do ramo no país.
"Eu poderia ter vendido
uma parte da empresa, estar
expandindo para todo o país
e fazendo a mesma correria
que todo mundo está fazendo. Só que não quero ser o
maior em nada, mas o melhor em tudo que eu fizer."
Segundo ele, muitas construtoras que "se aventuraram" a estar do Oiapoque ao
Chuí quebraram. "Trabalhei
para crescer até onde eu posso ver e acompanhar tudo o
que está acontecendo. Mais
do que eu já tenho, é ganância desnecessária", diz.
LUXO
A Pereira Alvim tem perto
de 500 funcionários diretos,
aposta no segmento de luxo e
vende em Ribeirão apartamentos tão sofisticados
quanto os dos Jardins, em
São Paulo, mas com algumas
diferenças possibilitadas pelo mercado interiorano.
Um imóvel de 142 m2 e três
suítes, por exemplo, que Alvim vende a R$ 700 mil em
Ribeirão, é achado por até
R$ 1,5 milhão na capital.
Empreendimento lançado
recentemente pela construtora oferecia 150 flats de 45
m2 cada um por R$ 270 mil.
Todos foram vendidos em 48
horas, segundo a empresa.
Os apartamentos mais caros da construtora, os mais
luxuosos, chegam a custar
R$ 1,2 milhão. A companhia
alcança "fácil" um giro anual
de, no mínimo, R$ 100 milhões, segundo o dono.
A tese de que "o olho do dono engorda o gado", para Alvim, funciona. Mas ele acrescenta seu próprio mantra: "É
preciso confiar conferindo".
É por isso que sai de casa
todos os dias por volta das
6h45 e, de calça jeans e botina, vai "correr as obras". São
sempre três ou quatro canteiros sendo executados ao mesmo tempo, afirma.
DE TUDO UM POUCO
De família classe média
baixa que morou em vila em
Santa Cruz do Rio Pardo e 18
anos nas costas, o José Roberto Pereira ainda nem carregava o Alvim no sobrenome quando chegou a Ribeirão Preto, em 1977.
"Na época, me mudei para
trabalhar e fazer cursinho.
Era meu primeiro emprego
em uma construtura e fiz isso
a convite da empresa para
cavar um conjunto habitacional na cidade", lembra.
A ideia era fazer faculdade
de engenharia, mas... "Só tinha curso no período diurno
e eu não podia deixar de trabalhar. Então resolvi fazer
matemática mesmo", conta.
Na construtora onde começou a carreira, ele fazia
"um pouco de tudo". De motorista e peão de obra a encarregado, ficou nela até
1984, quando entrou em outra, já como sócio.
O PATRIMÔNIO
Após ser sócio de duas
construtoras, o matemático
calculou com antecedência a
criação de sua própria empresa. Um dos primeiros passos foi escolher o nome.
"José Roberto Pereira tinha um monte e cada um
com um problema diferente.
Meu pai era Alvim, mas não
colocou o sobrenome em
ninguém da família. Então,
tive a ideia de buscar esse nome para batizar a empresa."
Quase quatro anos após o
processo judicial para acrescentar o sobrenome é que ele
deixou a Copema e fundou a
Pereira Alvim. A partir de
1994, a empresa iniciou atividades e "o pau comeu", diz.
Apesar dos carros de luxo,
dois helicópteros (o mais caro custou US$ 3 milhões), fazendas e o apartamento de
luxo onde mora em um dos
prédios que construiu, o empresário diz que seu maior
patrimônio veio do berço.
"Eu já nasci rico! Sempre
tive saúde e vontade de trabalhar. O resto foi consequência e o dinheiro é uma
responsabilidade que vem
nesse processo."
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