Ribeirão Preto, Sábado, 27 de Agosto de 2011

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Cemitério veta presença de estudantes

Direção alega que alunos praticam vandalismo, namoram e fazem barulho no local ouvindo funk pelo celular

Em Ribeirão, menino foi visto mostrando o pênis a uma garota; em Franca, cemitério decidiu pôr câmeras

Edson Silva/Folhapress
Estudantes atravessam o cemitério da Saudade, onde eles estão vetados, para chegar até sua escola, em Ribeirão Preto

GABRIELA YAMADA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
DE RIBEIRÃO PRETO


A direção do cemitério da Saudade, em Ribeirão Preto, decidiu proibir a passagem de alunos pelo local.
A medi­da foi tomada depois que o cemitério virou ponto de en­contro de casais de estudantes que, além de "matarem" aula, chegam a praticar atos de vandalismo.
A decisão começou a valer no último dia 15, quando foram espalha­dos avisos informando sobre a proibição.
O cemitério é usado por moradores e trabalhadores da região como rota alternativa de tráfego entre ruas dos Campos Elíseos.
Apesar da proibição, os seis seguranças do cemitério não conseguem barrar todos.Por isso, eles se revezam numa verdadeira "caçada" atrás de jovens entre os túmulos e os bancos.
"Eles ficam namorando aqui dentro, fa­zendo bagunça, gritando", afirmou o res­ponsável pelo cemitério, Josimar Carreira.
Segundo ele, há alunos que fazem competição de chutes de vasos. "Ganha aquele que chuta mais forte."
Os problemas, no entanto, não se restringem ao vanda­lismo: na semana passada, um adolescente foi surpreendido pelos seguranças exibindo o pênis para uma garo­ta, de acordo com Carreira.

PAQUERA E FUNK
A maior parte dos alunos é da escola estadual Dom Alberto José Gonçalves, loca­lizada em frente a um dos portões do cemité­rio.
Nos horários de entrada e saída da escola, é comum encontrar grupos de estudantes em frente ao portão do cemité­rio, ouvindo funk pelo telefone celu­lar -e, segundo eles disseram à reportagem, também pa­querando.
Segundo a aposentada Maria Amélia Garcia, 67, o som do funk também pode ser ouvido dentro do cemitério. "Eles não se incomodam com ninguém", disse ela, que visita o túmulo do marido a cada duas semanas.

AUTORIDADES
Por meio da assessoria de imprensa da Secretaria de Estado da Educação, a dire­ção da escola informou que não pode adotar nenhum procedimento para evitar os problemas porque eles ocor­rem do lado de fora da esco­la.
A direção também infor­mou que não sabia dos problemas e que deverá realizar um trabalho de conscientiza­ção entre os alunos.
A Secretaria de Infraestrutura, responsável pelo Cemitério da Saudade, afirmou que identificou o problema há algumas semanas.
Por causa disso, segundo a assessoria de imprensa, determinou que os seguranças terceirizados acompanhem os estudantes que estiverem dentro do cemitério.
Para combater atos de vandalismo, a Secretaria de Administração de Franca instalou câmeras de monitoramento no cemitério que também se chama Saudade.


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