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Irmãos de Franca morrem e mãe doa órgãos
Alexandre, 7, e Letícia, 10, não resistiram aos ferimentos provocados por tiro na cabeça dado pelo pai deles, segundo a polícia
A outra filha do casal, Júlia, permanece internada em estado grave; Valéria, a mãe das crianças, está consciente e fora de perigo
Gina Mardones/"Comércio da Franca"
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Parentes e amigos acompanham o enterro de Lourdes Rezende e do filho dela, Helder, autor dos tiros
DA FOLHA RIBEIRÃO
Valéria Gomes Freitas, 37,
mãe das crianças Alexandre, 7,
e Letícia Freitas Massucato Rezende, 10, autorizou a doação
dos órgãos dos filhos. As crianças que, segundo a polícia, levaram um tiro na cabeça desferido pelo próprio pai na última
sexta, em Franca, tiveram a
morte cerebral confirmada no
final da tarde de sábado,
Valéria, que também foi ferida pelo marido, o ex-seminarista Helder Massucato Rezende,
45, está consciente e fora de perigo, mas segue internada. Na
sexta, Helder matou ainda a
própria mãe, Lourdes Massucato Rezende, 74, e depois se
matou. A irmã gêmea de Letícia, Júlia, continua internada
na Santa Casa de Franca em estado gravíssimo.
De acordo com último boletim médico, divulgado na tarde
de ontem, Júlia está em coma
profundo e respirando por aparelhos. "Seu estado de saúde é
grave e não sofreu alterações",
informa a nota.
Devido à demora para o processo de doação de órgãos, a família informou que ainda não
há uma previsão exata, mas o
enterro das crianças deve ocorrer na tarde de hoje.
De acordo com o cunhado de
Helder, José de Souza Andrade,
Valéria, ao autorizar a doação
de órgãos, lembrou do caso
Eloá. "Ela comentou que autorizaria a doação e que era uma
coincidência com a Eloá", disse
Andrade, referindo-se ao caso
da garota de 15 anos que foi
morta pelo ex-namorado, em
Santo André, após ficar como
refém por mais de cem horas.
"Ela [Valéria] já está conversando com familiares. Parece
bem lúcida e aparentemente
conformada com o que aconteceu. Mas ninguém consegue
acreditar no que ocorreu."
Segundo o delegado Márcio
Murari, Helder não trabalhava,
sofria de depressão e tomava
remédios controlados. Familiares contaram que ele usava
álcool e cocaína.
(LUCAS REIS)
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