Ribeirão Preto, Segunda-feira, 27 de Outubro de 2008

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Irmãos de Franca morrem e mãe doa órgãos

Alexandre, 7, e Letícia, 10, não resistiram aos ferimentos provocados por tiro na cabeça dado pelo pai deles, segundo a polícia

A outra filha do casal, Júlia, permanece internada em estado grave; Valéria, a mãe das crianças, está consciente e fora de perigo


Gina Mardones/"Comércio da Franca"
Parentes e amigos acompanham o enterro de Lourdes Rezende e do filho dela, Helder, autor dos tiros

DA FOLHA RIBEIRÃO

Valéria Gomes Freitas, 37, mãe das crianças Alexandre, 7, e Letícia Freitas Massucato Rezende, 10, autorizou a doação dos órgãos dos filhos. As crianças que, segundo a polícia, levaram um tiro na cabeça desferido pelo próprio pai na última sexta, em Franca, tiveram a morte cerebral confirmada no final da tarde de sábado,
Valéria, que também foi ferida pelo marido, o ex-seminarista Helder Massucato Rezende, 45, está consciente e fora de perigo, mas segue internada. Na sexta, Helder matou ainda a própria mãe, Lourdes Massucato Rezende, 74, e depois se matou. A irmã gêmea de Letícia, Júlia, continua internada na Santa Casa de Franca em estado gravíssimo.
De acordo com último boletim médico, divulgado na tarde de ontem, Júlia está em coma profundo e respirando por aparelhos. "Seu estado de saúde é grave e não sofreu alterações", informa a nota.
Devido à demora para o processo de doação de órgãos, a família informou que ainda não há uma previsão exata, mas o enterro das crianças deve ocorrer na tarde de hoje.
De acordo com o cunhado de Helder, José de Souza Andrade, Valéria, ao autorizar a doação de órgãos, lembrou do caso Eloá. "Ela comentou que autorizaria a doação e que era uma coincidência com a Eloá", disse Andrade, referindo-se ao caso da garota de 15 anos que foi morta pelo ex-namorado, em Santo André, após ficar como refém por mais de cem horas.
"Ela [Valéria] já está conversando com familiares. Parece bem lúcida e aparentemente conformada com o que aconteceu. Mas ninguém consegue acreditar no que ocorreu."
Segundo o delegado Márcio Murari, Helder não trabalhava, sofria de depressão e tomava remédios controlados. Familiares contaram que ele usava álcool e cocaína. (LUCAS REIS)


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