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Classe média vira alvo da crise
da Folha Ribeirão
Com a implantação do Plano
Real, em 94, a classe média acabou
sendo o principal alvo da inflação,
segundo o coordenador do Departamento de Administração da
USP, Alberto Borges Matias.
Segundo ele, a classe mais baixa
foi beneficiada pelo aumento de
salário decorrente da elevação de
preços de serviços considerados
baratos, como a faxina.
"Na hora de converter os preços
em real, em vez de dividirem por
2,750, dividiram por 1.000 e isso
provocou um aumento de 300%
nos preços", disse. Segundo ele, a
classe média é que acabou pagando pela inflação.
De acordo com Matias, a redução
no nível hierárquico das empresas
também fez com que cargos de
chefia fossem extintos, aumentando o desemprego e a perda de convênios de saúde.
De acordo com o doutor em comunicação e professor de sociologia da Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Bauru Murilo César Soares, toda a sociedade está ficando mais pobre com a crise econômica. "O pobre fica mais pobre
e o rico também empobrece", disse
Soares.
Para ele, está havendo uma compressão das camadas sociais, mas a
classe média ainda se mantém.
"Não é só o fator renda que determina a posição social. O acesso
à informação, à instrução e o status
também influenciam. É claro que,
por determinar os demais, o fator
renda também se modifica com a
crise, com a queda do padrão de vida", disse.
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