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Crise econômica deve frustrar previsão otimista do governo
DA FOLHA RIBEIRÃO
A crise econômica que assola
a economia mundial desde novembro de 2008 deve frustrar a
previsão otimista do Estado de
alcançar a meta de mecanizar
100% das lavouras paulistas de
cana-de-açúcar até 2012.
Até o fim do ano passado, o
governo divulgava que os objetivos do Protocolo Agroambiental seriam alcançados daqui a três anos, embora o prazo
previsto na assinatura do protocolo seja 2014. O discurso
mais otimista, agora, é para o
fim de 2013.
"A evolução do maquinário
no campo perdeu força, embora ainda estejamos otimistas
em antecipar o prazo limite",
disse o coordenador do projeto
"Etanol Verde", Ricardo Viegas, agrônomo da Cetesb.
A evolução abaixo do esperado pode ser percebida nos dados consolidados do processo
de mecanização referentes à
safra passada, divulgados pela
Secretaria de Estado da Agricultura. O ano fechou com
49,1% dos canaviais colhidos
com máquinas, embora a meta
para o período fosse de 50%.
Na safra passada, que teve 3,9
milhões de hectares colhidos, a
mecanização avançou 157 mil
hectares em relação ao ciclo
2007/08.
Na região de Ribeirão, no entanto, estima-se que o índice de
mecanização já ultrapasse
70%, o que mantém, ao menos
nesta parte do Estado, uma
projeção otimista quanto ao
cumprimento do protocolo.
Ainda assim, há sinais de que a
crise atrapalhou. "Aquela antecipação para 2012 sempre foi
citada pelo Estado. As usinas
sempre se preocuparam em
cumprir o protocolo que determina 2014 como prazo. Ainda
assim, digo que estamos em
uma situação confortável na região", afirmou o diretor regional da Unica (União da Indústria da Cana-de-Açúcar), Sérgio
Prado.
Para José Carlos de Lima, do
grupo de pesquisas Markestrate, ligado à USP (Universidade
de São Paulo), a falta de crédito
para a compra de máquinas deve interferir na mecanização.
"Foi um atraso geral, que o
setor deve acusar. Apesar disso,
ainda acredito na retomada",
disse.
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